EXCLUSIVO: Rumo planeja oferta de ações; pipeline de projetos cresce

A Rumo mandatou cinco bancos para uma oferta primária de ações, sugerindo um pipeline agressivo de investimentos para a maior operadora ferroviária do País, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.

Bradesco, BTG Pactual e Itau BBA coordenarão a oferta, que contará ainda com o Banco do Brasil e o Safra.  A transação deve acontecer já em agosto.

O tamanho da oferta não está claro, e dependerá de autorizações regulatórias que podem viabilizar investimentos em projetos específicos, disse uma das fontes.

A oferta deve surpreender o mercado porque vem num momento em que a Rumo trabalha com alavancagem baixa, com dívida líquida de 2,1x EBITDA no final do primeiro trimestre.

Mas pessoas próximas à transação dizem que a companhia tem apetite para diversos projetos que geram alto valor.

A renovação da Malha Paulista — conseguida no ano passado — desencadeou projetos importantes na companhia, como a extensão da Malha Norte de Rondonópolis até Lucas do Rio Verde, que ainda depende de autorização do Governo.  

A oferta também deixaria a Rumo pronta para participar de novas licitações do Governo Federal.  Do pipeline de R$ 232 bilhões em concessões, cerca de R$ 74 bilhões envolvem ferrovias, portos e terminais — a área de atuação da Rumo.

No Paraná, por exemplo, a Ferronorte operava o trecho entre Guarapuava e Cascavel, enquanto a Rumo operava de Guarapuava até o Porto de Paranaguá.  Em fevereiro deste ano, a companhia fez um acordo operacional com o Governo do Paraná e passou a operar de Guarapuava até Cascavel — o coração da soja no oeste do Paraná. Este trecho foi incluído no PPI e deve interessar à Rumo.


Mas um dos projetos de retorno mais atrativo seria pré-pagar a renovação da concessão da Malha Paulista, que demanda pagamentos de R$ 3,1 bilhões até 2058.  A dívida corre a IPCA mais 11,04%.

Segundo um relatório do JP Morgan, o pré-pagamento da concessão geraria um valor presente líquido de R$ 2,8 bilhões para a Rumo se a companhia tomasse dívida a taxas de mercado. No fechamento de sexta-feira, a Rumo valia R$ 34,7 bilhões na B3.

A Malha Paulista e a Malha Norte hoje são o coração da Rumo.  Como ligam Mato Grosso ao Porto de Santos, as duas malhas respondem conjuntamente por mais de 80% da receita da empresa.

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