RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O governo do Rio pretende fechar todos os hospitais de campanha para pacientes com Covid-19 até o dia 12 de agosto. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (12) pelo secretário estadual de Saúde, Alex Bousquet, terceiro a ocupar o cargo durante a pandemia do novo coronavírus.
Segundo o secretário, o fechamento dos hospitais de campanha não terá impacto no atendimento dos pacientes que necessitam de internação. Dos sete hospitais de campanha prometidos pelo governador Wilson Witzel (PSC), somente foram entregues o do Maracanã, na zona norte da capital, e de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio.
De acordo com Bousquet, serão desmobilizadas os hospitais de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nova Friburgo, São Gonçalo e Maracanã. Os três primeiros, que não foram inaugurados, serão fechados no próximo dia 5. Já os dois últimos, ainda em funcionamento, encerrarão as atividades uma semana depois, no dia 12.
Conforme o secretário, as determinações judiciais sobre os hospitais de campanha serão respeitadas e a desmobilização só ocorrerá quando não houver obstáculos jurídicos.
No último dia 17, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que os hospitais de campanha devessem permanecer abertos. O secretário informou que a Procuradoria-Geral do Estado avalia como contornar a situação, considerando a queda do número de casos.
"Desde o princípio, era previsto que os hospitais de campanha encerrassem as atividades quando houvesse a redução da curva de casos e óbitos e quando a oferta de leitos da rede de saúde existente fosse suficiente. Esse momento chegou. O passo foi avaliado em conjunto com técnicos do governo", afirmou o secretário.
Nesta terça-feira (28), o estado do Rio chegou a 13.033 mortes e 159.639 casos confirmados do novo coronavírus. Conforme o médico da Secretaria Estadual de Saúde Alexandre Chieppe, os equipamentos dos hospitais de campanha desmobilizados irão reforçar as redes municipais de saúde e possibilitar a abertura de novos leitos.
"A nova estratégia, que inclui também a pactuação de leitos nos municípios e suporte operacional com profissionais e insumos, direciona para a assistência aproveitando as estruturas das unidades locais, num cenário em que a previsão de uma segunda onda da doença perde força", disse Chieppe.
O ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos, além de dois subsecretários, estão presos por suspeita de fraudes envolvendo contratos para a construção dos hospitais de campanha e compra de respiradores.
A organização social Iabas foi afastada da gestão dos sete hospitais de campanha por meio de decreto publicado no início de junho. De acordo com o governo estadual, a Iabas recebeu R$ 256 milhões, dos R$ 770 milhões previstos em contrato para as obras das unidades.
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