RIO — Moradores relatam nas redes sociais um intenso tiroteio na noite desta segunda-feira na comunidade São José Operário, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio. As informações iniciais são de que criminosos da maior facção criminosa do estado estão tentando retomar a favela, atualmente dominada por milicianos.
“Ouvindo aquela melodia de rajada na praça seca”, escreveu um rapaz o Twitter. “Deus olha por todos os moradores de bem da Praça Seca”, escreveu uma mulher também na rede social.
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A troca de tiros está tão intensa que o nome do bairro foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter. Circulam também na rede social vídeos que permitem escutar sequências intensas de disparos. O perfil do Twitter “Paz na Praça Seca” postou, pouco antes das 21h, que o tiroteio já durava quase três horas ininterruptas.
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Os moradores relataram que além de fortes rajadas de tiros, é possível também ouvir barulhos de bombas na mata na parte alta da comunidade.
— Os tiros estão rolando ainda — disse uma moradora da Praça Seca ao EXTRA, às 21h20 desta segunda-feira.
A conversa com a jovem, interrompida várias vezes por barulhos de tiros, mostra como está o cenário no bairro desde 17h30. Ela contou que já estava em casa quando o tiroteio começou, mas seu namorado chegou do trabalho às 20h, enquanto o confronto entre traficantes e milicianos ainda acontecia.
— Com granadas muito muito tiro de um monte de arma diferente — acrescentou ela. — Assustador.
Há relatos ainda de que policiais militares estão na Avenida Cândido Benício, a principal do bairro. Uma foto também postada na internet mostra moradores da comunidade sentados na porta de um estabelecimento fechado, sem poderem voltar para suas casas.
Procuradas, as polícias Civil e Militar ainda não enviaram uma resposta sobre o ocorrido.
Planos de retomada antes da pandemia
No início deste mês, criminosos da maior facção do tráfico no Rio já tinham tentando retomar comunidades da Praça Seca, dominada desde 2017 pela milícia. Participaram do ataque bandidos dos complexos do Lins e da Penha, ambos na Zona Norte. Na ocasião, apesar dos ataques, os traficantes não conseguiram retomar o território.
Como o EXTRA revelou na ocasião, o planejamento da retomada da Praça Seca começou a ser planejada antes mesmo da pandemia de coronavírus. Policiais civis e militares que investigam o crime na região já sabem que o primeiro passo dado pela quadrilha para preparar o ataque foi a tomada dos morros do Dezoito e do Saçu, em Quintino, na Zona Norte, em março deste ano. As duas favelas são vizinhas à Praça Seca e foram usadas como ponto de apoio para a invasão.
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