HONG KONG - A polícia de Hong Kong prendeu quatro pessoas de entre 16 e 21 anos por suspeitas de crimes enquadrados na nova Lei de Segurança Nacional da cidade, naquelas que foram as primeiras detenções efetuadas fora de manifestações de rua desde que a legislação entrou em vigor há um mês.
Em uma entrevista coletiva pouco antes da meia-noite da quarta-feira, um porta-voz da polícia disse que os três homens e uma mulher, todos estudantes, eram suspeitos de estarem envolvidos em um grupo on-line que se comprometeu a usar todos os meios para lutar por uma Hong Kong independente.
Desde que foi devolvida à China pelo Reino Unido em 1997, Hong Kong goza de autonomia inexistente na China continental, de acordo com o modelo chamado “um país, dois sistemas”. A lei é acusada de interferir em liberdades democráticas, punindo ações classificadas como secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com até prisão perpétua.
A lei foi condenada por vários governos ocidentais, líderes empresariais e grupos de direitos humanos que dizem que ela representa a mais recente ação de Pequim para reforçar sua influência sobre a ex-colônia britânica, depois de mais de um ano de enormes protestos por democracia.
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Pequim alega que a lei é crucial para cobrir buracos nas defesas de segurança nacional expostas em protestos violentos. As autoridades de Pequim e Hong Kong dizem que a lei será usada apenas contra uma minoria de "causadores de problemas".
Em uma publicação no Facebook, o Initiative Independence Party, grupo que pede a separação de Hong Kong, disse que quatro ex-membros do Studentlocalism, um partido pró-independência que foi dissolvido antes da entrada em vigor da nova lei, foram presos acusados de violar os artigos 20 e 21 da legislação que incluem o incitamento à secessão, isto é, à separação do Estado chinês. Foi-lhes negado o direito a fiança.
A polícia não identificou os suspeitos, mas a mídia local e as publicações on-line disseram que Tony Chung, ex-organizador do Studentlocalism, estava entre os presos.
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A China considera Hong Kong como uma parte "inalienável" do país, então apelos à independência são intoleráveis para os líderes do Partido Comunista.
Críticos da lei de segurança temem que ela esmague as liberdades amplas não vistas no continente, incluindo a liberdade de expressão, garantidas a Hong Kong por 50 anos quando retornou ao domínio chinês em 1997.
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