‘Sempre atuei para as câmeras, mas nunca para os câmeras’, diz Paulo Betti, em cartaz com ‘Autobiografia autorizada’

Depois de um mês em cartaz com o monólogo “Autobiografia autorizada”, Paulo Betti decidiu prorrogar a temporada por mais duas sessões, nas duas primeiras sextas-feiras de agosto. Nesta quinta-feira (30), às 17h, o artista encena, pela quarta vez, a peça ao vivo (70 minutos), escrita e montada por ele.

— É baseada em textos que publiquei sobre diversos assuntos na adolescência e artigos que escrevi por quase 30 anos para o jornal “Cruzeiro do Sul”, de Sorocaba, cidade do interior de São Paulo, onde fui criado — resume Paulo Betti, que também dirige a trama, junto com Rafael Ponzi. — Tem sido emocionante e divertido, apesar do silêncio total.

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Tudo, segundo ele, é bem simples, cenários com projeções, plateia física simbólica (um único espectador, geralmente convidado pelo ator) e aplausos dos câmeras, coisa que nunca aconteceria se houvesse público.

— Sempre atuei para as câmeras, mas nunca para os câmeras. Eles cumprem uma função parecida com a dos técnicos que injetam oxigênio nos pulmões dos entubados nas UTIs. O tempo todo durante a representação eu me sinto entubado. Gostei da experiência. Foi muito emocionante, chorei diversas vezes atrapalhando a interpretação, mas valeu. Esse formato veio para ficar — comenta Paulo Betti.

A transmissão é feita diretamente do Teatro PetraGold, via plataforma Sympla, que leva o espectador diretamente a uma sala no aplicativo Zoom. São quatro câmeras e 396 lugares. Nos dias 7 e 14 de agosto, as sessões serão às 21h.

— Claro que com público presente é melhor, outra energia, mas tem seu encanto. Muitos viram em grupos, em frente à TV, recebi lindos retornos de gente que nunca havia ido ao teatro, moradores de pequenas cidades na Amazônia, ou que sempre tiveram vergonha de entrar num teatro, considerado lugar chique demais — conta.

Para o operador de câmeras Eduardo Kozlowski, responsável pela transmissão, tem sido um grande desafio transpor uma linguagem que é do presencial, o teatro, sem desconfigurar a mesma.

— Para nós é muito gratificante saber que estamos de alguma forma contribuindo para levar esta cultura pela internet agora até para quem está fora do Brasil. E um prazer manter fixos os nossos olhos num grande ator em cena — diz.

Com idealização e curadoria da atriz Ana Beatriz Nogueira e do ator e gestor do teatro, André Junqueira, o projeto estreou no dia 4 de julho, com Marcelo Serrado encenado “Os Vilões de Shakespeare”. Ainda estão previstas as peças “Romeu&Julieta (e Rosalina)”, com Júlia Rabello (sábados e domingos de agosto); “A esperança na caixa de chicletes Ping Pong”, com Clarice Niskier (quintas de agosto); “A lista”, com Lília Cabral e Giulia Bertolli (quintas e sextas de setembro), e “O pior de mim”, com Maitê Proença (quartas de setembro), além de shows (sempre às segundas, às 17h).

Os ingressos custam R$ 10, e a bilheteria será doada a um fundo de auxílio emergencial para famílias de técnicos e artistas do segmento teatral de todo Brasil. Vendas pelo site https://ift.tt/2Z2CPcP. Fechado desde março, o Teatro PetraGold, no Leblon, completou um ano de inauguração em junho.

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