RIO — O governo federal não permitiu que a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) prestasse assistência para prevenir e detectar casos suspeitos de Covid-19 em sete aldeias da tribo indígena Terena, no Mato Grosso do Sul, informou a organização esta quinta-feira.
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O MSF apresentou um plano para ajudar as sete comunidades com cerca de 5 mil habitantes, acrescentando em um comunicado que havia sido convidada a ajudar por líderes tribais.
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No entanto, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Ministério da Saúde, somente autorizou seus próprios médicos a ajudar outra aldeia com mil residentes, onde disse que os casos de Covid-19 eram mais frequentes.
Em nota, a Sesai afirmou ter autorizado o MSF a atuar em aldeias do Mato Grosso do Sul com uma equipe composta por um médico, três enfermeiros e um psicólogo, mas que a proposta de trabalho enviada esta quinta-feira não especificava os locais de atendimento (aldeias ou unidades básicas), datas, recursos e meios a serem empregados.
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Organizações de direitos indígenas reclamaram que o governo permitiu que missionários cristãos trabalhassem com tribos isoladas, apesar do risco de contágio de fora das comunidades.
A pandemia do coronavírus colocou em risco comunidades indígenas que não têm acesso a atendimento médico em partes remotas da Amazônia.
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Entre os 850 mil indígenas do país, 26.433 foram infectados e 690 morreram por Covid-19, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Metade das 300 tribos confirmaram contaminações.
Em comunicado, o MSF disse que está ciente da necessidade de prevenir a propagação do contágio em territórios indígenas: "O MSF tem protocolos rígidos de prevenção e controle da infecção que aplicou com sucesso durante seu trabalho de combate à Covid-19 em todo o mundo".
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