RIO - Nascido no sertão nordestino, ele foi para São Paulo muito cedo em busca de uma oportunidade de trabalho. Formou-se como torneiro mecânico e, em Osasco (SP), esteve presente na fundação do PT, na década de 1980, ao lado de amigos como João Paulo Cunha e Florestan Fernandes. A trajetória acima poderia ser a de Lula, mas não. O ex-presidente demorou, mas ganhou eleições, algo que Joaquim Saraiva Floriano, de 57 anos, nunca conseguiu.
Desde 1992, Joaquim tenta alcançar um cargo público no Piauí, mas sem sucesso. Ele faz parte do grupo de sete pessoas que disputaram todas as eleições pelo menos de 1998 e nunca se elegeram, segundo levantamento do GLOBO com base em dados do Cepesp/FGV e do TSE. Pouca importa o cargo disputado, eles sempre figuraram nas urnas, com a candidatura deferida. Em comum, acham que vão emplacar a cada dois anos, seja qual for o cargo. E, se der errado, certamente o nome estará na listagem do TSE no pleito seguinte.
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No caso de Joaquim, a lista é vasta: prefeito, vereador, deputado estadual, deputado federal, senador e governador. Foram tantas investidas nos últimos 28 anos que a memória de todos os cargos disputados e dos nove partidos pelos quais passou — PT, PSB, Prona, PR, PTB, PT do B, DEM, PSDC e Patriota — chega a falhar na cabeça do maratonista. A primeira disputa foi logo como prefeito de Floriano (PI), algo incomum na trajetória tradicional de um político — costumeiramente com o primeiro passo é na casa legislativa. Foram 152 votos, insuficientes para elegê-lo.
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