BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) -O presidente Jair Bolsonaro recebeu o embaixador argentino, Daniel Scioli, nesta quarta-feira (13), em Brasília.
Segundo comunicado do governo argentino, o governo brasileiro garantiu que não vai reduzir o volume de trigo importado da Argentina, apesar de ter decidido comprar o grão, com taxa zero, de países que não fazem parte do Mercosul.
"O presidente Bolsonaro manifestou que estão garantidas as exportações de trigo argentino ao Brasil", escreveu Scioli em suas redes sociais após a reunião.
Do total das exportações argentinas de trigo, 15% dos embarques vão para o Brasil.
Do lado brasileiro, a dependência é alta. Com produção interna insuficiente, o Brasil importa 60% do trigo que consome - sendo que 90% dessa importação vem do país vizinho.
A Argentina vinha preocupada com a decisão brasileira de habilitar, a partir deste mês, a cota de importação mínima de 750 mil toneladas anuais de trigo de países de fora do Mercosul, aplicando taxa zero. O benefício da isenção tarifária, antes disso, estava reservado apenas para os países do bloco.
Scioli vinha manifestando preocupação desde a segunda-feira (11), quando lançou uma mensagem nas redes sociais expressando "rejeição" ao decreto do trigo no Brasil.
Também nesta quarta-feira, o governo argentino suspendeu totalmente as restrições para exportações de milho, que havia sido anunciada em 30 de dezembro e que ficaria em vigor até março de 2021.
Em sinal de protesto contra essa medida, produtores anunciaram uma greve no campo. Inicialmente, o governo tentou preservar parte da restrição, anunciando que fixaria cota para exportação. Os produtores, porém, também rejeitaram a segunda opção e, nesta terça-feira (12), anunciaram que prolongariam a greve.
Como o governo voltou atrás e eliminou totalmente a medida, a greve foi encerrada.
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