Defensora de Trump é escolhida para substituir deputada crítica ao ex-presidente na liderança republicana na Câmara

WASHINGTON — A deputada Elise Stefanik, uma ferrenha defensora do ex-presidente americano Donald Trump, foi escolhida nesta sexta-feira como a nova líder do Partido Republicano na Câmara dos Deputados do EUA, no momento em que a sigla tenta se unir em meio a um explosivo debate sobre sua direção.

O nome de Stefanik para o terceiro cargo mais poderoso do partido foi anunciado dois dias depois de a conservadora Liz Cheney, filha do ex-vice-presidente Dick Cheney, ter sido destituída da liderança por suas críticas a Trump e sua recusa em apoiar as mentiras do ex-presidente de fraude na eleição presidencial de novembro do ano passado.

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— Agradeço aos meus colegas por me escolherem para o cargo — disse Stefanik, de 36 anos. — Lutaremos a cada dia contra a destrutiva, radical, esquerdista agenda do presidente Joe Biden e da [presidente da Câmara] Nancy Pelosi, que está destruindo os Estados Unidos — afirmou, acrescentando que uma das principais metas dos republicanos é ter um discurso coerente para recuperar a maioria na Câmara, que foi perdida na eleição de 2018.

Embora alguns republicanos temam que, se não rejeitarem a retórica do ex-presidente sobre a fraude eleitoral, o partido poderá ter problemas nas urnas, Stefanik, que chegou ao Congresso em 2015, deixou claro que Trump e o trumpismo permanecerão vitais para as fileiras conservadoras.

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Em relação ao ex-presidente, ela disse: "ele é uma parte fundamental do nosso time republicano".

— Eu apoio o presidente Trump, os eleitores apoiam o presidente Trump — afirmou. — Ele é uma voz importante em nosso Partido Republicano e estamos ansiosos para trabalhar com ele.

Trump, que sai fortalecido no partido com essa mudança, parabenizou Stefanik por sua "vitória esmagadora".

O partido na Câmara "está unido, e o movimento Make America Great Again é forte", disse o ex-presidente.

A ascensão de Stefanik foi um ponto-chave em uma semana difícil para os republicanos. Na quinta-feira, após uma reunião com Biden e os principais democratas do Congresso na Casa Branca, o líder da minoria na Câmara, Kevin McCarthy, disse:

— Não acho que alguém esteja questionando a legitimidade da eleição presidencial.

No dia anterior, durante uma audiência na Câmara dos Deputados, os republicanos tentaram minimizar o ataque ao Capitólio por apoiadores de Trump, que deixou 5 mortos. O congressista Andrew Clyde disse que as imagens da insurreição, no qual cinco pessoas foram mortas, parecem mostrar "uma visita normal de turista".

Fora da liderança, Cheney prometeu continuar lutando por princípios conservadores, contra um líder que defende "a grande mentira" da fraude nas eleições.

— Não acho que deva liderar o partido — disse Cheney, referindo-se a Trump na noite desta sexta-feira na CNN. — E é muito importante que nós, republicanos, defendamos a verdade.

No passado, Stefanik votou contra a grande reforma tributária de Trump em 2017 e se opôs a várias decisões cruciais do presidente, como a retirada dos Estados Unidos do acordo climático de Paris. Questionada se haveria espaço no partido para críticos de Trump como Cheney ou Adam Kinzinger, que votou pelo impeachment de Trump em janeiro, Stefanik disse:

— São parte desta conferência republicana — afirmou, acrescentando. — Estamos unidos no trabalho com o presidente Trump.

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