Diante do 'pior momento da pandemia', Argentina anuncia novo confinamento a partir de sábado

BUENOS AIRES — O governo da Argentina anunciou que, a partir de sábado, o país entrará em um novo período de confinamento para conter o que o presidente Alberto Fernández chamou de “o pior momento da pandemia” de Covid-19. Nas últimas 24 horas, foram registrados 35.884 casos e 435 mortes, indicando um cenário de segunda onda da doença — desde o dia 11 de abril, a média móvel está acima de 20 mil casos diários. A ocupação de leitos de UTI está em torno de 75%. O ritmo de vacinação também é considerado lento, com apenas 4,7% da população completamente imunizada.

— Aproveitando que a próxima semana terá apenas três dias úteis, vamos restringir a circulação em todas as regiões do país que estejam em alto risco ou em alerta epidemiológico — declarou Fernández, em pronunciamento na TV. Hoje, a maior parte do território argentino, incluindo a capital, Buenos Aires, se encontra em uma das duas situações.

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As restrições passam a valer a partir da zero hora de sábado até a meia noite do dia 30 de maio. Neste período, estarão suspensas todas atividades sociais, econômicas, educativas, religiosas e desportivas de forma presencial, afirmou o presidente. Apenas o comércio considerado essencial poderá funcionar, além de estabelecimentos que trabalhem com entregas em domicílio. A circulação também estará restrita a áreas próximas às residências, e apenas entre as seis da manhã e seis da tarde — demais casos precisam ser justificados.

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— Sempre falo a verdade a vocês, e podem estar de acordo ou não com o que penso, mas há verdades que estão acima das desavenças. Estamos vivendo o pior momento desde que começou a pandemia — declarou o presidente. Ele ainda criticou decisões recentes, como sobre a retomada das aulas presenciais em Buenos Aires, decidida pela Suprema Corte, e apontou que a segunda onda se deve muito ao não cumprimento de medidas de contenção hoje m vigor.

Fernández anunciou ainda os planos para depois do fim desse período de confinamento. Segundo ele, entre os dias 31 de maio e 11 de junho, serão retomadas as atividades permitidas no atual momento, com a possibilidade de novas medidas em áreas consideradas problemáticas. Haverá um período amplo de restrições no final de semana dos dias 5 e 6 de junho, dependendo do nível de contágio.

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Para mitigar os efeitos do novo período de confinamento, o governo anunciou uma extensão de um programa de apoio a setores afetados pelos fechamentos, assim como um pagamento de auxílio a trabalhadores de setores considerados críticos, além da redução temporária dos encargos trabalhistas. Ainda haverá um aporte adicional para benefícios a famílias inscritas em programas de assistência social.

— Se cumprirmos as medidas que estamos apresentando, reduziremos o impacto da segunda onda. Se forem implementadas de maneira correta, os contágios vão diminuir e poderemos retomar as atividades suspensas temporariamente — concluiu Fernández.

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