RIO - Pacientes com Covid-19 internados nos hospitais da cidade poderão receber visitas de pessoas vacinadas com as duas doses dos imunizantes a partir desta segunda-feira. Especialistas, no entanto, dividem opiniões sobre a decisão da prefeitura. Para o infectologista da UFRJ, Celso Ramos, em que pese o cenário epidemiológico ainda grave, o que não favorece o cenário ideal para relaxamento, a possibilidade de visita é importante para o paciente, afirmou. Ele próprio esteve internado com Covid-19 durante a pandemia e relatou que a experiência de "isolamento" é muito difícil. O importante, diz, é que se tenha protocolos bem definidos, inclusive com limitação de quantidade de visita.
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— Espero que todos os cuidados necessários sejam tomados (na nova autorização). Dado essa preocupação, acho que é importante a medida. O paciente sempre tem, a princípio, o direito de receber visitas, se não houver limitações sanitárias. Eu fiquei internado com Covid e sei como é. Para o paciente é muito solitário, é muito ruim, você fica sozinho no quarto vendo TV e esperando que algo aconteça — explicou o especialista, que destacou a importância de se acreditar na vacina. — A vacina é eficaz, impede mortes, impede hospitalização, e estamos vendo isso.
Já para Gulnar Azevedo, professora de epidemiologia da Uerj e presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), ainda é prematuro permitir a visitação:
— Acho arriscada e prematura ainda a decisão porque não temos estudos do tempo necessário de imunidade. Precisaríamos ter mais segurança para propor. Acho que é mais correto investir em medidas para que as pessoas se falassem virtualmente.
Medida valerá para hospitais da capital
Na manhã desta segunda-feira, uma resolução da Secretaria municipal de Saúde (SMS) será publicada com a autorização, conforme adiantou ao GLOBO o secretário de Saúde Daniel Soranz. A medida valerá para todos hospitais da capital, que terão autonomia para determinar regras como quantidade de visitas por dia e necessidade de pré agendamento ou não.
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Atualmente, nenhuma pessoa que não seja da equipe médica pode entrar nas chamadas "ala Covid" das unidades e a visita só passa a ser possível no caso de internação prolongada, quando o paciente já está infectado há mais de 15 dias e é transferido para enfermaria ou UTI das alas comuns. O isolamento durante o tratamento de Covid-19 é frequentemente apontado por especialistas como uma das faces mais cruéis da pandemia, principalmente pela dificuldade de familiares em receber detalhes constantes sobre o estado de saúde do paciente.
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Na nova resolução, as exigências para o visitante poder ter acesso à ala covid, tanto na UTI quanto na enfermaria, são apresentar a caderneta de vacinação com a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 há pelo menos 14 dias, e "a execução das medidas permanentes de Proteção à Vida, relativas à Covid-19, tais como uso de máscaras, e higienização de mãos", como consta no texto.
— Os visitantes vão precisar utilizar o equipamento especial de proteção individual completo, e assim será autorizado visita a todas as unidades e áreas dos hospitais. Cada hospital vai regulamentar como será feito o seu esquema de visitação — explicou o secretário Daniel Soranz, confirmando que a autorização vale inclusive para visitas à UTI.
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