CARACAS — O governo venezuelano anunciou a assinatura de um contrato de fornecimento de 12 milhões de doses da Abdala, uma das vacinas cubanas contra a Covid-19, que segundo o laboratório que a desenvolveu tem eficácia de 92% após três doses. O imunizante, o primeiro fabricado totalmente na América Latina, ainda espera ainda a aprovação da OMS, mas o o primeiro carregamento chegou ao país nesta quinta-feira.
Com isso, a Venezuela passa a ser o primeiro país a receber a vacina. Cuba já começou a aplicá-lo internamente na modalidade de "ensaios de intervenção", semelhante a uma fase 4 de pesquisa.
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— Queríamos agradecer que esta vacina seja incorporada ao processo de imunização e ao plano de vacinação da Venezuela, e assinamos o contrato para o fornecimento de 12 milhões de vacinas Abdala que estaremos recebendo nos próximos meses — anunciou a vice-presidente Delcy Rodríguez. — Hoje Cuba, com suas vacinas, também dá lições ao mundo, lições éticas, morais, científicas e tecnológicas. Não há bloqueio que possa contra a vontade dos povos.
Do aeroporto internacional de Maiquetía, em La Guaira, município vizinho a Caracas, Rodríguez recebeu um primeiro lote de doses da Abdala, sem especificar a quantidade, na companhia do embaixador cubano em Caracas, Dagoberto Rodríguez.
— Vão chegar mais milhões de doses — informou o diplomata.
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No começo desta semana, a farmacêutica BioCubaFarma anunciou que a Abdala tem uma eficácia de mais de 92%, depois que o imunizante foi testado em amostra de 48 mil pessoas em esquema de três doses.
As instituições responsáveis indicaram que em breve solicitarão autorização para uso emergencial ao órgão regulador cubano, o Centro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (Cecmed).
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Dois dias antes, autoridades científicas da ilha haviam informado que a Soberana 2, sua outra candidata no combate à pandemia, que também já completou suas três fases de teste, alcançou uma eficácia de 62% com duas doses, das três necessárias ao imunizante.
A Venezuela, que espera vacinar 70% de sua população de 30 milhões de habitantes ainda este ano, iniciou em fevereiro a aplicação das vacinas russa Sputnik V e a chinesa Sinopharm. Até agora, um milhão de venezuelanos foram vacinados com a primeira dose e 224 mil com as duas doses. O país registrou oficialmente 263 mil casos de infecção e 2.973 mortos, mas o governo de Nicolás Maduro é acusado de maquiar os números reais.
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