WASHINGTON — Mais de 60 países emitiram um comunicado conjunto neste domingo pedindo que os afegãos e cidadãos de outros países que queiram deixar o Afeganistão devem poder fazê-lo sem impedimentos. O Brasil não faz parte dos signatários, que incluem países como a Colômbia, o Chile, a Argentina e a União Europeia, além dos Estados Unidos.
Contexto: Conheça a história do Talibã, que nasceu e cresceu sobre escombros de invasões
"Diante da deterioração da situação de segurança, nos apoiamos, estamos trabalhando para garantir e pedimos para que todas as partes respeitem e facilitem a saída segura e ordenada de cidadãos estrangeiros e afegãos que desejem deixar o país", diz a nota, divulgada pelo Departamento de Estado americano
Clique aqui para acessar a matéria na íntegra e visualizar esta fotogaleria.
O comunicado foi divulgado conforme os EUA e seus aliados aceleravam a retirada de diplomatas e cidadãos estrangeiros de Cabul, diante do colapso do governo afegão e da tomada do poder pelo Talibã quase 20 anos após a invasão americana, quando foi substituído por um governo pró-Washington. O presidente Ashraf Ghani fugiu do país e, horas depois, o grupo fundamentalista adentrou no palácio presidencial.
À Reuters, um funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que até a noite de domingo, a maioria dos funcionários diplomáticos ocidentais já havia deixado o país. Os americanos, por sua vez, já evacuaram "quase todos" seus diplomatas para o aeroporto de Cabul, de onde a missão americana está funcionando.
O objetivo é que dentro de 48 horas, "milhares" de americanos que moram no país da Ásia Central, além de funcionários diplomáticos, suas famílias e afegãos "particularmente vulneráveis" serão evacuados.
Guga Chacra:Talibã humilha Biden
Segundo o comunicado, as pessoas em "posição de poder e autoridade no Afeganistão "tem responsabilidade — e devem ser responsabilizados — pela proteção da vida humana e da propriedade, e pelo restauração imediata da segurança e da ordem civil". Outros signatários incluem o Paraguai, a Espanha e o Iêmen. Não está claro porque o Brasil não consta na lista.
"Os afegãos e cidadãos estragneiros que queiram deixar [o Afeganistão] devem poder fazê-lo. Rodovias, aeroportos e postos fronteiriços devem permanecer abertos, e a calma deve ser mantida", continuam. "O povo afegão merece viver com segurança e dignidade. Nós, na comunidade internacional, estamos prontos para ajudá-lo."
Entenda: Desde o século XIX, Afeganistão é túmulo de impérios: veja a cronologia
Neste domingo, o Pentágono autorizou o envio temporário de mais mil soldados americanos para ajudar na evacuação de diplomatas e cidadãos do país, elevando o total para 6 mil, além da afirmar que assumiria o controle aéreo de Cabul para facilitar a operação. Segundo a Otan, neste domingo apenas aeronaves militares podiam decolar do aeroporto da capital.
Comentando o comunicado conjunto dos mais de 60 países, o secretário de Estado Antony Blinken disse que os "EUA se juntam à comunidade internacional para afirmar que os afegãos e cidadãos estrangeiros que queiram deixar [o país] possam fazê-lo. Rodovias, aeroportos e postos fronteiriços devem permanecer abertos, e a calma deve ser mantida", afirmou.
0 Commentaires