Manifestação da Fiesp sobre democracia volta a criar tensão

Joana Cunha
São Paulo, SP

O presidente da Fiesp, Josué Gomes, ficou assustado ao saber que havia opiniões contrárias à iniciativa da federação da indústria de exaltar a democracia no texto das diretrizes para os presidenciáveis divulgado nesta semana. Mas a história recente da Fiesp mostra que o ruído em torno do assunto não é novidade, como aconteceu com o manifesto que rachou a Febraban em agosto do ano passado.

Na época, o presidente da Fiesp era Paulo Skaf, aliado de Bolsonaro, que articulava a redação de um documento para mostrar preocupação com a escalada na tensão institucional da ocasião. Era um recado difuso, que não apontava o dedo para um Poder especificamente, mas a todos simultaneamente. A ideia era atrair a assinatura de 200 entidades setoriais e sindicatos.

Caixa e Banco do Brasil, porém, ameaçaram deixar a Febraban, caso a federação dos bancos aderisse ao texto. Pedro Guimarães, hoje fora da Caixa por causa das denúncias de assédio sexual, era um dos principais articuladores do desembarque.

No ruído desta semana, a Fiesp, atualmente no comando de Josué, incluiu no documento das propostas do setor para o próximo governo a mensagem de que a "estabilidade democrática e o respeito ao Estado de Direito são condições indispensáveis para o Brasil superar seus principais desafios".

O gesto foi mal recebido entre alguns membros da base preocupados em não irritar Bolsonaro.

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