Thaísa Oliveira
Brasília, DF
O Ministério da Saúde afirmou nesta sexta-feira (22) que 86 medicamentos e outras substâncias estão em falta no país ou apresentam baixos estoques. A pasta fez um balanço das ações que estão sendo adotadas pelo governo federal, mas não apresentou nenhuma nova medida.
Nos últimos meses, o Brasil tem enfrentado o desabastecimento de uma série de remédios e insumos, como antibióticos, antialérgicos, antitérmicos, soro fisiológico e contraste –utilizado para a realização de exames.
Das 86 substâncias, seis tiveram o preço liberado para venda acima do teto e, para outras 11, houve o pedido para que a alíquota da taxa de importação fosse zerada. A análise cabe à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Nesta sexta, o governo federal atribuiu o desabastecimento a diferentes fatores: ao lockdown na China e na Índia (adotado nos dois países para tentar conter a pandemia de coronavírus), à guerra na Ucrânia, ao aumento dos custos de produção e à escassez de matéria-prima.
Um dos produtos em falta é o contraste iodado, essencial para a realização de exames. Nos últimos dias, o ministério recomendou a "racionalização do uso" e o Governo de São Paulo encaminhou um ofício à pasta pedindo providências imediatas para a regularização do abastecimento.
O Ministério da Saúde afirmou nesta sexta que a previsão é de que os estoques do produto sejam regularizados em setembro e que o problema foi causado pelo lockdown na China, onde está o principal fabricante mundial.
O primeiro alerta sobre o desabastecimento de medicamentos foi feito por secretários estaduais e municipais de saúde em março, apontando para os baixos estoques de dipirona injetável e oxitocina. Desde então, a lista de produtos em falta vem aumentando –não só em farmácias, mas também em hospitais.
O ministério afirmou que tem se reunido com representantes da Anvisa e da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), e que elabora um relatório para enviar ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A pasta também quis reforçar que compra apenas parte dos medicamentos que são usados no SUS (Sistema Único de Saúde) –já que a responsabilidade é dividida com estados e municípios– e que não tem tido problemas com o estoque próprio.
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