Rodrigo Garcia manda abraço a Bolsonaro e pede para agradecê-lo

Carlos Petrocilo
São Paulo, SP

Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), tem se esforçado para se aproximar do eleitorado bolsonarista. Nesta quinta-feira (21), o tucano foi até Presidente Prudente sob o pretexto de regulamentar uma lei que autoriza a transferência de terras pertencentes ao estado para produtores rurais.

Em seu discurso, Rodrigo emendou do agro ao transporte coletivo na capital paulista e pediu que Luiz Antônio Nabhan Garcia, secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e aliado próximo de Jair Bolsonaro (PL), transmitisse um abraço ao presidente.

"Essa luta também é sua Nabhan. Você, historicamente, lutou, fico feliz pela tua presença. Isso mostra respeito e que estamos no mesmo lado, o do produtor", afirmou Rodrigo.

"Quero fazer um gesto simbólico para mim. Você [Nabhan] vai sair daqui e voltar para Brasília, quero que leve um abraço para o presidente [Bolsonaro], porque hoje [quinta] ele encaminhou ao Senado Federal um PL de empréstimo para o governo de SP de US$ 500 milhões para linha 2 do metrô", disse Rodrigo.

"Quero que leve esse reconhecimento da população de São Paulo, porque isso é fundamental. Só quem sabe a importância da mobilidade urbana lá, na capital, sabe como esse dinheiro é importante para não interromper obras", completou o governador.

Minutos antes de Rodrigo discursar, Nabhan criticou, mas sem citar nomes, governantes anteriores que foram coniventes com invasores de terras, no interior paulista. "Quem trouxe para cá o MST carrega um peso nas costas porque trouxe a criminalidade para região, trouxe o atraso", disse o secretário.

Historicamente, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) é um dos principais apoiadores do PT. "O MST e outras siglas a mais. Eram centenas e centenas de propriedades invadidas e destruídas por uma organização criminosa que, lamentavelmente, tinha respaldo até de governantes anteriores", falou Nabhan.

Além de Nabhan, o evento em Presidente Prudente contou com a presença de outras personalidades alinhadas ao bolsonarismo, como Antonio Cabrera, ministro da Agricultura no governo Fernando Collor e amigo de Milton Ribeiro (ex-ministro do MEC), e Henrique Prata, diretor do Hospital de Câncer de Barretos e um dos cotados para ser vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Cabrera, aliás, enalteceu uma outra medida assinada por Rodrigo nesta semana e interpretada como um aceno às forças de segurança, um decreto no qual a Defensoria Pública do Estado oferecerá assistência jurídica gratuita a policiais civis e militares acusados ou investigados por atos relacionados ao exercício profissional.

Em sua campanha à reeleição, Rodrigo tenta se colocar como o único candidato independente em São Paulo, uma vez que Fernando Haddad (PT) e Tarcísio são apadrinhados, respectivamente, por Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro.

No entanto, a coligação do tucano reúne partidos que apoiam ao menos cinco presidenciáveis: Simone Tebet (PSDB, Cidadania e MDB), Luciano Bivar (União Brasil), Jair Bolsonaro (PP), Lula (Solidariedade) e André Janones (Avante).

O gesto de gratidão de Rodrigo por Bolsonaro ocorre em uma semana bastante tensa. Na segunda (18), o presidente da República convocou dezenas de embaixadores e desacreditou o sistema eleitoral, repetiu teorias da conspiração sobre urnas eletrônicas, promoveu ameaças golpistas e criticou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Rodrigo não se manifestou especificamente sobre este encontro, mas em um post no Twitter, dois dias depois dos ataques de Bolsonaro, reiterou a sua confiança nas urnas eletrônicas.

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