Após declarações de apoio a Boulos, PT tenta reforçar candidatura de Tatto em SP

SÃO PAULO — Após declarações de petistas em apoio ao candidato do PSOL, Guilherme Boulos, a cúpula do partido tentou fortalecer o nome de Jilmar Tatto para disputar a prefeitura de São Paulo, em um ato virtual realizado nesta sexta-feira. Nos bastidores, há uma forte preocupação com o desempenho do candidato escolhido pelo PT para a eleição paulistana.

O ato desta sexta-feira foi marcado depois que petistas, como o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, e intelectuais ligados ao partido, como Jesse de Souza e Marilena Chauí, defenderam publicamente que o PT aderissasse a Boulos em São Paulo.

No último domingo, os militantes do PSOL escolheram, em prévia, uma chapa com o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) como candidato e Luiza Erundina como vice. Erundina foi a primeira prefeita petista da capital paulista, eleita em 1988, e mantém até hoje grande popularidade entre os simpatizantes de seu antigo partido.

Rervadamente, candidatos a vereador do PT admitem que podem aderir à chapa do PSOL se Tatto se mostrar inviável eleitoralmente. Havia uma pressão na base do partido para que Fernando Haddad fosse o candidato em São Paulo, mas ele resitiu a entrar na disputa de olho nas eleições presidenciais de 2022.

Diante desse cenário, o evento desta sexta-feira, anunciado como lançamento da plataforma para elaboração do programa de governo, foi marcado por reafirmações da lealdade do partido a Tatto. O ex-presidente Lula, porém, não participou do evento.

— O PT está unido na capital. Não tem conversa. Tem alguns desgarrados aí. Quer ficar desgarrado desgarre, faça o que quer fazer. Mas se por acaso o senhor Boulos, o PSOL quiser o nosso apoio, é muito simples: tenha mais votos que nós que terá o nosso apoio no segundo turno. Mas nós é que estaremos no segundo turno. Eu nunca vi, eu desconeço que rabo balance o cachorro. Não será dessa vez na capital de São Paulo — discursou Luiz Marinho, presidente do PT de São Paulo.

Presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann revelou ter sido questionada sobre a possibilidade de uma união com Boulos para potencializar a oposição contra o presidente Jair Bolsonaro.

— Nós temos uma eleição de segundo turno para que todos os partidos possam apresentar no primeiro turmo seus programas, seu projetos. Para que depois num campo progessistas a gente possa estar junto no segundo turno. Não tem nenhum garantia de que uma aliança de primeiro turno melhora as condições de vitória

Líder do PT na Assemebleia Legislativa de São Paulo, Teonilio Barba desdenhou das chances de Boulos na eleição paulistana.

— O Boulos teve 600 mil votos para presidente no Brasil inteiro. Não tem a mínima condição de querer encabeçar uma chapa para sermos vice.

Tatto falou que a sua candidatura defenderá o legado do PT, o que outros partidos não fariam.

— Vamos lembrar que o PSOL não apoiou o Haddad aqui na cidade de São Pauo (em 2016), lançou a Erundina.

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