SÃO PAULO – O Grupo Companhia das Letras anunciou, na tarde desta terça-feira (28), a contratação de um editor de diversidade e outras ações inclusivas. Entre elas, a realização de censos entre os funcionários e os autores que compõem o catálogo da editora e consideração de um "critério de diversidade" na seleção de estagiários e em futuras contratações. O objetivo dessas iniciativas é tornar a editora mais plural e combater o racismo e preconceito às minorias.
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No comunicado enviado à imprensa, a editora reconhece que "o racismo estrutura todas as nossas relações" e "impacta também o ambiente editorial, onde não só a maior parte dos funcionários em postos de direção são brancos, como os catálogos são majoritariamente compostos por autores brancos e de origem europeia".
"Por isso é preciso tomar medidas práticas e propositivas", continuou a nota, que também menciona a necessidade da inclusão de "populações LGBTQ+, indígenas e pessoas com deficiência, bem como suas intersecções".
O editor de diversidade da Companhia, cargo recém-criado, é Fernando Baldraia, doutor em história pela Universidade Livre de Berlim, na Alemanha. Baldraia é negro e, em suas próprias palavras, "cria da capoeira, do rap e da quebrada". Ele vai trabalhar junto aos publishers dos 17 selos do Grupo Companhia das Letras e zelar para que os projetos editoriais estejam comprometidos com a diversidade, luta antirrascista e o combate ao sexismo.
A editora ainda anunciou que a empresária e apresentadora Ana Paula Xongani e o escritor e palestrante Samuel Gomes, ambos também negros, vão atuar como editores convidados do selo Paralela.
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Também serão realizados dois censos. Um deles será voluntário e voltado aos funcionários da editora. O outro vai mapear as obras e os autores que compõem o catálogo. A partir dos resultados, serão definidas "novas metas a serem atingidas". A partir do ano que vem, a Companhia das Letras vai contar com duas vagas de trainee destinadas exclusivamente "a pessoas que atendam aos quesitos de diversidade racial".
A editora também informou que o "critério de diversidade a ser definido a partir dos dados extraídos do censo entre os funcionários" será levado em consideração para a seleção de estagiários e "demais contratações".
A Companhia das Letras lembrou ainda que estão no prelo diversas obras “que trarão mais diversidade ao catálogo”, como os cadernos da escritora Carolina Maria de Jesus, os livros da feminista negra Lélia Gonzalez, uma “Enciclopédia negra”, um livro infantil do rapper Emicida e as “Memorias” do Cacique Raoni.
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