RIO - Sete trabalhadores da plataforma P-77 da Petrobras testaram positivo para a Covid-19. Segundo relatos, todos os voos previstos no fim de semana para a unidade, localizada no campo gigante de Búzios, na Bacia de Santos, foram cancelados.
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Uma equipe médica embarcou no último sábado para testar os 129 trabalhadores, próprios e terceirizados. Os sete trabalhadores infectados e um outro sob suspeita foram desembarcados.
O coordenador da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que reúne cinco sindicatos da categoria, incluindo o Sindipetro-RJ, Eduardo Henrique Soares da Costa, explicou que na quinta-feira passada a Petrobras havia comunicado que aumentaria de forma gradual o contingente do pessoal operacional nas plataformas, começando com um piloto nas quatro unidades do campo de Búzios, P-74, P-75, P-76 e P-77.
- Nós temos denunciado há muito tempo a situação crítica dos trabalhadores em plataformas. A Petrobras não dá as informações claras sobre a situação dos embarcados, quantos contaminados, quantos curados. A Petrobras fez um piloto nas plataformas de Búzios, para retomada do efetivo total em todas as unidades, o que na realidade já está sendo feito.
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Segundo ele, no caso da P-77, a estatal demonstrou que perdeu o controle da contaminação na unidade e foi obrigada a fazer lockdown.
O diretor do Sindipetro-RJ André Bucaresky destacou que a Petrobras nunca operou as plataformas com efetivo mínimo de 50% , e já nas últimas semanas a companhia vinha aumentando gradativamente o número de trabalhadores embarcados.
- Algumas plataformas já estão com contingente alto e há algum tempo a Petrobras vem aumentando esse contingente sem negociar com os sindicatos. E a ordem é produzir o máximo possível, "esgarçando" a força de trabalho lá dentro que já está muito desgastada. A companhia não quer perder nenhuma gota de produção de petróleo - destacou André.
A Petrobras informou que tem 187 empregados com confirmação para Covid-19, de um total de 45.403 empregados. Deste total, 51 são assintomáticos e foram identificados no processo de triagem, que é feito antes de entrarem nas unidades. Todos são orientados a cumprir isolamento e passam a ser monitorados pelas equipes de saúde.
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Na semana passada a companhia anunciou que quem fosse embarcar para as plataformas de Búzios a partir do último dia 27 teria uma nova rotina de pré-embarque, como a realização do exame RT-PCR, que identifica a presença de material genético do vírus, o que posteriormente será adotado nas demais unidades.
Sobre a P-77, a Petrobras informou que não teve embarques e desembarques suspensos por conta de casos de Covid-19. "Os embarques foram reprogramados, de forma planejada, em virtude da adoção de novo procedimento de testagem nas plataformas de Búzios, e ocorrerão somente após o resultados dos testes pré-embarque", ressaltou a estatal em nota.
De acordo com dados disponíveis da Agência Nacional do Petróleo (ANP), até o dia 21 de julho não havia nenhum trabalhador embarcado contaminado. Até aquela data, foram registrados 1.483 casos de contaminação entre os trabalhadores em plataformas desde o início da pandemia, e 1.486 recuperados.
- A Petrobras reduziu pessoal na plataforma mas nunca foi de 50%, e agora já a algum tempo está retomando o esquema quase que normal, deixando apenas algumas pessoas de grupo de risco em casa. Além disso, quem é de fora do Rio ficará três dias antes de embarcar em um hotel - destacou André Bucaresky.
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