Pazuello justifica execução do orçamento para Covid-19: 'não é corrida de 100 metros'

BRASÍLIA — O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta sexta-feira que o orçamento das ações contra o coronavírus está sendo executado com "total transparência". A declaração ocorre após questionamentos sobre a velocidade com a qual o governo vem gastando os recursos disponíveis para o combate à Covid. Pazuello disse que o seu trabalho "não é uma corrida de 100 metros" e que é preciso ter um planejamento para o ano todo.

— Em relação ao orçamento destinado à pandemia pandemia, ele está sendo executado com total transparência e planejamento. Não é uma corrida de 100 metros, muito menos uma simples planilha de Excel. Mas eu posso afiançar aos senhores e senhoras que isso se chama gestão. Nós estamos no meio do ano, ainda temos todo o segundo semestre pela frente. Não posso não ter reservas, não posso deixar de observar o que aconteceu em cada lugar e onde tenho ou não que colocar recursos, de todos os tipos.

Na quarta-feira, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu 15 dias para que o governo federal explicasse a sua estratégia de gastos para o combate à doença. Na quinta-feira, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) divulgou um balanço mostrando que o índice de execução do orçamento passou de 31% para 44% entre a segunda e a terceira semanas de julho.

O secretário-executivo do ministério, Elcio Franco, apresentou os estágios de pagamento de nove medidas provisórias (MP) relacionadas à pandemia e disse que alguns dos serviços ou equipamentos contratados ainda não foram entregues.

— Quando se questiona o valor não executado da medida provisória, cabe ressaltar que qualquer despesa da União passa por três estágios: o empenho, a liquidação e o pagamento. Eu não posso inverter esses estados. Eu não posso pagar por um serviço ainda não prestado, por um bem ainda não entregue.

Franco também alegou que é preciso ter uma reserva para demandas de "última hora":

— Nós precisamos de uma reserva justamente para poder atender demandas futuras ou demandas que nos foram ocorridas de últimas hora.

'Limitações' em estudo sobre hidroxicloroquina

O secretário de Ciência e Tecnologia, Hélio Angotti Neto, afirmou que o estudo do grupo Coalizão Covid-19 Brasil, que mostrou que o uso de hidroxicloroquina não trouxe nenhum benefício para pacientes com quadros leves a moderados de Covid-19, tem "limitações". Neto fez ponderações sobre o método da pesquisa, como a definiação de "quadro leve", que seria a equivalente de um quadro moderado ou grave para o ministério. O secretário também disse que a pasta não está "atacando ou defendendo" nenhum remédio.

— Houve limitações, os autores reconhecem isso. Esse ministério não está atacando nem defendendo medicação. A gente defende a vida e a gente defende que os pacientes têm que buscar a conduta terapêutica que envolve medidas não farmacológicas ou farmacológicas, a critério do médico, o mais cedo possível quando os sintomas aparecem.

Segundo Neto, o ministério acompanha diariamente pesquisas sobre o tema e está disposto a alterar sua recomendação se for necessário.

— É claro que o ministério revê a nota técnica, revisita a nota informativa, está disposto a revisitá-la dia após dia. Temos informes diários de evidências publicados pelo Ministério da Saúde. O Ministério da Saúde sempre se pautou por esse acompanhamento das evidências e dos protocolos.

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