Bretas autoriza Temer a viajar para o Líbano

BRASÍLIA E RIO – O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, atendeu nesta segunda-feira ao pedido da defesa de Michel Temer (MDB) e autorizou a viagem do ex-presidente em missão oficial ao Líbano. Temer foi convidado pelo presidente Jair Bolsonaro a participar da missão oficial brasileira de auxílio aos cidadãos de Beirute, capital do país, onde uma explosão no porto devastou boa parte da cidade e deixou ao menos 163 mortos, mais de 6 mil feridos e 300 mil desabrigados na semana passada.

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Na sua decisão, Bretas afirma que concedeu autorização porque "o motivo está plenamente justificado ante a natureza humanitária da missão oficial para a qual foi designado, em nome da República brasileira, e que, em outras ocasiões, a instância superior concedeu-lhe autorização de viagem".

O advogado de Temer, Eduardo Carnelós, precisou solicitar autorização a Bretas para que viagem fosse realizada porque o político está proibido de sair do Brasil sem o consentimento do Judiciário. Ele é réu em duas ações criminais que correm no âmbito da Operação Lava-Jato do Rio de Janeiro, instruída e julgada por Bretas em primeira instância. O pedido foi apresentado ao magistrado na noite desta segunda, conforme antecipou a jornalista Bela Megale, logo após um decreto no Diário Oficial da União (DOU), em edição extra, oficializar o convite de Bolsonaro.

Pouco antes, o governo publicou a lista dos representantes da delegação que vai representar o Brasil em Beirute. Além do ex-presidente, a delegação conta com o ex-marqueteiro de Temer, o publicitário Elsinho Mouco, e do presidente da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

A lista com os integrantes da delegação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira. De acordo com o decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, a delegação vai ficar no Líbano entre os dias 12 e 15 de agosto. O voo está marcado para as 11h de quarta-feira e a delegação será composta por 14 pessoas.

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Temer, que responde a processos judiciais no âmbito da operação Lava Jato, está impedido pela Justiça de deixar o Brasil. Nesta segunda-feira, ele fez um pedido oficial para poder viajar ao país.

Temer foi convidado para fazer parte da delegação por suas ligações com o Líbano. Ele é filho de libaneses.

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O presidente anunciou o convite a Temer neste domingo, durante uma videoconferência sobre a ajuda ao Líbano organizada pela França e pela ONU. No entanto, o ex-presidente e Bolsonaro já conversavam sobre qual seria a atuação do Brasil desde o dia da explosão, na última terça-feira. Desde então, os dois têm organizado juntos a missão em solo libanês.

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