WASHINGTON — Nesta quinta-feira (13), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou a Universidade Yale por discriminação contra candidatos americanos com origem asiática e brancos em seu processo de admissão na graduação, no que seria uma Violação à Lei de Direitos Civis dos EUA. A decisão tem sido interpretada como uma grande ofensiva do governo americano contra as ações afirmativas.
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Depois de receber reclamações de estudantes americanos com origem asiática, o Departamento de Justiça iniciou há dois anos uma investigação sobre o processo de admissão de Yale.
A perícia concluiu que os candidatos asiáticos/americanos e brancos teriam de um décimo a um quarto da probabilidade de serem admitidos quando comparado com os candidatos afro-americanos, mesmo apresentando registros acadêmicos semelhantes.
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De acordo com um comunicado divulgado por Eric Dreiband, Procurador Geral Adjunto para Direitos Civis, o Departamento de Justiça americano estava preparado para entrar com uma ação judicial contra Yale caso a instituição, que fica em New Haven, Connecticut, não tomasse "medidas disciplinares".
Um porta-voz de Yale disse que a universidade "nega categoricamente" as acusações e afirmou também que o governo fez conclusões precipitadas, antes mesmo de permitir que fossem encaminhados os documentos solicitados. O representante explicou também que, ao avaliar seus candidatos, fatores como desempenho acadêmico, interesses, espírito de liderança e histórico escolar são analisados.
— Se o Departamento tivesse recebido totalmente (os documentos) e avaliado de forma justa essas informações, teria concluído que as práticas da Yale estão em conformidade preceitos há décadas considerados pela Suprema Corte — disse o porta-voz.
O Departamento de Justiça alegou que, embora a etnia possa ser legalmente considerada nas admissões da faculdade em circunstâncias limitadas, "o uso da etnia em Yale é tudo, menos limitado."
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A universidade em questão, no entanto, recebe milhões de dólares de verbas federais, o que a faz estar sujeita a uma disposição da lei de direitos civis que proíbe a discriminação com base em raça, cor, nacionalidade e outros fatores.
— (A universidade) usa a etnia em várias etapas de seu processo de admissão, resultando em um efeito circunstancial da etnia sobre a probabilidade de admissão de um candidato — disse o Departamento de Justiça.
O órgão já havia entrado com ações legais em apoio a um processo, movido por grupos contrários a ações afirmativas, acusando a Universidade Harvard de discriminar os americanos de origem asiática.
Um juiz federal de Boston decidiu a favor de Harvard no ano passado, dizendo que o programa de ação afirmativa da escola promoveu um interesse legítimo em ter um corpo discente diversificado. Um recurso dessa decisão, no entanto, ainda está pendente. O caso pode eventualmente chegar à Suprema Corte americana.
Os programas de ação afirmativa no ensino superior tinham como objetivo tratar da discriminação racial. A Suprema Corte determinou que as universidades pudessem usar ações afirmativas com o objetivo de ajudar os candidatos de minorias a entrar na faculdade.
Já conservadores americanos defendem que, ao ajudar candidatos negros e latinos, a ação afirmativa pode prejudicar brancos e asiático-americanos.
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