HONG KONG - O magnata da mídia de Hong Kong Jimmy Lai, um crítico fervoroso de Pequim, foi preso acusado de conluio com forças estrangeiras sob a lei de segurança nacional imposta ao centro financeiro global em junho, disse seu principal assessor no Twitter.
"Jimmy Lai está sendo preso por conluio com potências estrangeiras neste momento", disse Mark Simon, executivo sênior da Next Digital, empresa de mídia de Lai, que publica o tabloide local Apple Daily, na manhã de segunda-feira (domingo à noite no Brasil).
A polícia não se pronunciou sobre o caso. A imprensa local reportou que outras seis pessoas foram presas, e disse que dez ordens de prisão enquadradas na nova lei deveriam ser efetuadas nesta manhã. A operação ainda está em andamento.
Lai é um dos maiores apoiadores do movimento pró-democracia em Hong Kong, e uma figura rara na elite do território semiautônomo por sua disposição em enfrentar Pequim. O Next Media Group forneceu uma plataforma poderosa e de amplo alcance para os manifestantes, em sua maioria jovens e sem líder, em Hong Kong.
Sua condição singular como um empresário proeminente em Hong Kong que apoia abertamente o movimento por democracia e os protestos contra o governo o tornou um alvo frequente de Pequim. A China fez diversos esforços para difamar Lai e já o prendeu outras vezes, antes da lei de segurança nacional entra em vigor.
Em fevereiro, ele foi detido acusado de participar de uma marcha antigovernamental proibida. Ele também foi preso junto de outros ativistas em abril.
Logo que entrou em vigor, a lei foi usada durante a prisão de quase 200 pessoas durante uma manifestação.
No final de julho, a polícia de Hong Kong prendeu quatro estudantes de entre 16 e 21 anos nas primeiras detenções efetuadas fora de manifestações de rua.
Desde que foi devolvida à China pelo Reino Unido em 1997, Hong Kong goza de autonomia inexistente na China continental, de acordo com o modelo chamado “um país, dois sistemas”. A lei é acusada de interferir em liberdades democráticas, punindo ações classificadas como secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com até prisão perpétua.
Pequim alega que a lei é crucial para cobrir buracos nas defesas de segurança nacional expostas em protestos violentos. As autoridades de Pequim e Hong Kong dizem que a lei será usada apenas contra uma minoria de "causadores de problemas".
A China considera Hong Kong como uma parte "inalienável" do país, então apelos à independência são intoleráveis para os líderes do Partido Comunista.
Críticos da lei de segurança temem que ela esmague as liberdades amplas não vistas no continente, incluindo a liberdade de expressão, garantidas a Hong Kong por 50 anos quando retornou ao domínio chinês.
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