Venezuela pedirá à Itália extradição de ex-chefe petroleiro e antigo aliado de Chávez

CARACAS — O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) acatou a decisão de solicitar à Itália a extradição de Rafael Ramírez, ex-presidente da estatal petroleira PDVSA acusado de corrupção no país caribenho e colaborador próximo do presidente Hugo Chávez, morto em 2014.

Ex-chefe da PDVSA (2004-2014) e ex-ministro do Petróleo (2002-2014), Ramírez foi um dos homens de confiança do ex-presidente Chávez, mas no final de 2017 rompeu com seu sucessor, Nicolás Maduro, renunciando ao cargo de embaixador da Venezuela na ONU. Pouco depois, ele começou a criticar publicamente a maneira como o presidente Nicolás Maduro conduzia a economia, que continua em queda livre.

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Em 2018, o Ministério Público anunciou que pediria uma ordem de prisão contra Ramírez e a emissão de um alerta vermelho da Interpol, por investigações em torno de um plano de corrupção, o que desencadeou processos judiciais com dezenas de ex-executivos petroleiros venezuelanos presos.

Com o aval do TSJ, segundo a lei, o MP agora passo livre para tramitar n a Itália o pedido de entrega de Ramírez. O mais alto tribunal venezuelano já havia declarado "procedente" em 2018 uma solicitação de extradição da Espanha.

Segundo o procurador-geral Tarek William Saab, Ramírez estaria envolvido no desvio de centenas de milhões de dólares através de operações de mediações de compra-venda de petróleo com uma perda de ativos de US$ 4,8 bilhões.

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O ex-chefe petroleiro chamou as acusações de "infames" e as considerou uma "retaliação" por suas críticas a Maduro. O paradeiro de Ramírez é desconhecido desde que ele deixou seu posto na ONU.

Nos Estados Unidos, ele enfrenta uma ação civil da Harvest Natural Resources, uma petroleira que alega que Ramírez e outros pediram um suborno de 10 milhões de dólares para aprovar a venda de suas operações na Venezuela a um comprador preferido pela empresa.

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