BRASÍLIA — O Podemos anunciou nesta sexta-feira que dará proseguimento a um processo de expulsão da senadora Rose de Freitas (ES). Na quarta-feira, a parlamentar afirmou, durante sessão remota, que apresentaria uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que possibilita a reeleição para a presidência do Senado.
A medida, caso seja aprovada, pode favorecer o atual ocupante do cargo, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que não esconde de aliados a intenção de ser reconduzido à cadeira. A PEC também estenderia esse direito aos candidatos à presidência da Câmara.
Um dia depois da fala da senadora, o líder da legenda no Senado, Alvaro Dias (PR), leu uma nota oficial do Podemos contra a iniciativa de Rose de Freitas. Duas representações já foram apresentadas para tratar da expulsão.
— A reeleição indefinida apequena as Casas do Congresso, como instituições, e desvaloriza os seus membros, como se não fossem todos pares e não houvesse capazes e preparados para a direção das Casas — disse Alvaro Dias em plenário.
Os pedidos de expulsão foram protocolados pela deputada Patrícia Ferraz e pelo vereador Negrão, candidatos respectivamente às prefeituras de Macapá (AP) e Itápolis (SP). Eles alegam que a senadora confrontou uma diretriz do partido e normas estatutárias, além de agir "sem ética e fidelidade partidária ao praticar ato de pré-campanha".
Após o discurso de Alvaro Dias, na quinta-feira, Rose de Freitas contestou a nota oficial lida por ele.
— Por que não podemos submeter à opinião dos nossos colegas se devemos reconduzir ou não este ou aquele? Não vai ser compulsório. Aqueles que pleitearem a reeleição vão ser submetidos ao voto como todo mundo. Qual é o problema de discutir? – questionou.
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