Mourão 'comemora' queda no desmatamento no segundo pior agosto dos últimos cinco anos na Amazônia

SÃO PAULO — Os alertas de desmatamento do programa Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mostram que o último mês foi o segundo pior agosto da série histórica de desmatamento do programa nos últimos cinco anos.

O acumulado detectado de "desmatamento com solo exposto", "desmatamento com vegetação" e "mineração", as três classes de detecção de satélite usadas pelo Inpe para medir a tendência de desmate anual, indicam que a Amazônia perdeu no mês passado 1.045 km² de floresta.

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O índice foi comemorado no Twitter pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que também é presidente do Conselho Nacional da Amazônia, por agosto de 2020 ter representado uma queda de 20% em relação a agosto de 2019, o pior agosto da história recente da Amazônia, com 1.714 km² de alertas de desmate.

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Na postagem, Mourão, que lidera a força tarefa federal para proteção da região, cita uma redução de 1.714 km² para 1.359², usando critérios diferentes de detecção de satélite, de onde sai a redução de 20%.

Deter não é o melhor sistema para calcular desmatamento

O sistema Deter, de qualquer forma, não é a palavra final sobre o desmatamento da Amazônia. A área mais precisa é capturada pelo sistema Prodes, que divulga resultados anuais, tradicionalmente em novembro. O sistema mede á area devastada no "ano fiscal" do desmatamento, que vai de agosto de um ano a julho do outro.

Faltando cinco meses para o ano acabar, levando em conta o ano-calendário normal, 2020 já praticamente se consolidou como segundo pior ano dos últimos seis com 5.787 km² de alertas de desmatamento. O segundo pior ano do período foi 2016, com 6.032 km² de alertas de desmate. O pior ano do período foi 2019, com 9.177 km².

O Deter captura tipicamente de metade a dois terços das áreas desmatadas que o Prodes captura, mas a parcela oscila de ano para ano e depende das condições atmosféricas, porque o primeiro sistema é mais vulnerável à presença de nuvens.

No penúltimo ano fiscal do desmatamento (2018/2019), o Prodes capturou 9.762 km² desmatados, o pior ano da década. Os dados sobre o último ano fiscal (2019/2020) já foram colhidos e estão sendo processados e já praticamente consolidam o período como o recorde da década, de novo.

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