Tentativa de atrapalhar investigação e risco à testemunha fazem juíza manter prisão do filho de Flordelis

RIO - A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, negou pedido de liberdade feito pela defesa de Adriano dos Santos Rodrigues, um dos filhos biológicos da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza. Em sua decisão, a magistrada citou riscos de obstrução do processo e das investigações, além do temor de uma das testemunhas do caso.

Adriano, que está preso desde o último dia 24, não é acusado de envolvimento no assassinato e nas tentativas anteriores de matar o pastor Anderson do Carmo por envenenamento. O filho de Flordelis foi denunciado pelo Ministério Público estadual por ter participado da fraude de uma carta mudando a versão sobre o assassinato. Ele responde pelos crimes de associação criminosa, uso de documento falso e falsidade ideológica.

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Em sua decisão, a juíza afirmou que Adriano participou de uma trama para ocultar a verdade. “Portanto, sua prisão preventiva, preferencialmente em unidade carcerária diversa dos corréus como já determinado por este Juízo, é imprescindível para a garantia da instrução criminal, de modo a impedir que haja qualquer tentativa de obstrução da justiça, ao menos até findar a fase instrutória”, escreveu a magistrada.

Nearis ainda acrescentou que uma das testemunhas do caso, Regiane Rabello, compareceu ao cartório da 3ª Vara Criminal de Niterói para relatar que temia pela sua segurança caso Adriano fosse solto. Na madrugada da última sexta-feira, uma bomba caseira foi jogada no quintal da casa da testemunha. Ninguém ficou ferido. Regiane afirma ter tomado conhecimento de que Adriano afirmou, depois de preso, que iria atrás dela caso fosse solto. Para a magistrada, o relato de Regiane evidencia ainda mais a necessidade de manutenção da prisão do filho biológico de Flordelis.

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De acordo com denúncia do MP, Adriano foi o responsável por repassar para Flordelis uma carta que foi fraudada, alterando a versão de Lucas Cézar dos Santos, um de seus irmãos, do crime. Adriano é acusado de ter buscado a correspondência com Andrea Santos Maia, esposa do ex-policial militar Marcos Siqueira, que estava preso com Lucas. A confecção da carta, segundo a investigação, foi planejada por Flordelis e Adriano tinha conhecimento do plano.

Na mesma decisão, a juíza Nearis dos Santos também negou pedido de liberdade feito pela defesa de Andrea e autorizou a inclusão do advogado Ângelo Máximo como assistente de acusação no processo. Ele representa o pai do pastor Anderson.

A magistrada ainda encaminhou pedido de prisão domiciliar da neta de Flordelis, Rayane de Oliveira, para que o o Ministério Público dê seu parecer. Apenas em seguida ela decidirá sobre a solicitação.

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