RIO - Faltava cinco minutos para a sessão de votação, em primeira discussão, do processo de impeachment do então governador Muniz Falcão (PST) quando uma rajada de metralhadora deu início a uma batalha campal no plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALAL), em 1957. O cenário do único impeachment de um mandatário estadual concluído até hoje foi comparado à época a uma guerra sangrenta entre deputados e apoiadores de oposição contra governistas. A primeira sessão, em setembro daquele ano, não foi concluída e terminou com um deputado morto e oito feridos. Apesar da violência e insegurança instalada em Maceió, o processo de destituição foi concluído e Falcão afastado.
Santa Catarina: Assembleia vota a favor de abertura de impeachment e afasta governador e vice
Desde então, outros governadores foram submetidos a pedidos de impeachment, mas nenhum havia avançado, até esta quinta-feira. A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALSC) aprovou nesta tarde a abertura do processo de impedimento do governador Carlos Moisés (PSL) e de sua vice Daniela Reinehr (sem partido). Os dois serão julgados pelo crime de responsabilidade por conta do aumento salarial concedido a procuradores do estado em 2019.
Para se livrar do impeachment, Moisés precisava do voto de 14 dos 40 deputados estaduais. Com a votação concluída o governador conseguiu os votos necessários. Agora, o processo de impeachment será encaminhado para uma comissão mista de desembargadores e deputados, que poderá afastá-lo do cargo até a decisão final. O rito, que foi definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), está sendo contestado pela defesa de Moisés na própria Corte.
A 63 anos atrás, três dias após o episódio sangrento na assembleia de Alagoas, o governador de Alagoas foi afastado do cargo e seu vice, Sizenando Nabuco, assumiu o cargo provisoriamente. O tiroteio fez com que o presidente Juscelino Kubitschek decretasse intervenção federal no Estado e o processo fosse concluído sob ptoteção do Exército no Instituto de Educação.
O único impeachment de governador concluído no país foi marcado pela guerra entre parlamentares armados de pistolas e metalhadoras. Os correspondentes do GLOBO foram ameaçados de morte ao tentarem transmitir a informação sobre o ocorrido naquela dia.
Inconformado com a decisão, Falcão recorreu ao STF e ganhou. Em janeiro de 1958, retornou à chefia do Executivo estadual.
Wiztel na mira da Alerj
A comissão especial do impeachment da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou o parecer favorável à continuidade do processo de impeachment contra o governador afastado Wilson Witzel. O relatório produzido pelo deputado Rodrigo Bacellar (SDD) recebeu 21 votos dos 24 deputados presentes. O documento defende o andamento do processo e aponta o ato de requalificação da Organização Social (OS) Unir Saúde como um dos principais motivos para o impeachment.
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