SÃO PAULO Após acordo com concorrente, Ânima anunciou nesta segunda-feira o contrato definitivo para a compra da Laureate no Brasil por R$ 4,4 bilhões. Assim, a empresa de cursos como a Universidade São Judas, passa a ter o controle da Anhembi- Morumbi, Universidade Potiguar (Natal) e Unifacs (Salvador). Desde setembro a compradora disputava os ativos do grupo americano no Brasil com os grupos Ser e Yduqs (dona da Estácio).
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A Laureate Brasil tem mais de 50 unidades pelo Brasil, concentrados em São Paulo e na região Nordeste, e mais de 500 centros de ensino à distância. No primeiro trimestre, a companhia reportou que tinha 267 mil alunos, 82% no ensino presencial.
O embate final foi com a Ser, do empresário Janguiê Diniz, que havia feito celebrado a compra da Laureate no Brasil, mas viu seu negócio ser motivo de cobiça das outras empresas. A Ser chegou a ameaçar ir à Justiça contra a Ânima, mas as duas empresas chegaram a um acordo e a Ser receberá uma indenização de R$ 180 milhões nesta transação. No último dia 13 de setembro, a Ser havia anunciado acordo para a aquisição das operações da Laureate Brasil, com uma oferta que incluía o pagamento em dinheiro e em ações. A Laureate receberia R$ 1,7 bilhão, além de 44% das ações da Ser.
No total, a Ânima pagará R$ 3,8 bilhões em dinheiro pela Laureate, além de assumir suas dívidas. Há ainda R$ 203 milhões a serem pagos pela companhia a depender do alcance de algumas metas. Em nota nos EUA, a Laureate comentou a operação: ““Este forte resultado atende bem a todos os nossos acionistas. Estamos confiantes de que nossas instituições brasileiras prosperarão sob a propriedade de Ânima”, afirmou Eilif Serck-Hanssen, presidente da empresa.
A Ânima informou ainda ao mercado que venderá, do pacote de ativos da Laureate, a FMU (Faculdade Metropolitanas Unidas) ao fundo de private equity (que compra participações em empresas) Farallon, por R$ 500 milhões. “Dentre as condições para implementação da Transação e para a venda da FMU à Farallon, ressalta-se a condição suspensiva de aprovação da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, nos termos da legislação aplicável. Esse acordo visa a facilitar a aprovação do negócio pelo Cade”, informou a Ânima em fato relevante ao mercado.
O setor educacional está passando por forte consolidação no Brasil. Analistas acreditam cque novos negócios devam surgir nos próximos meses. Alguns estimam que, no futuro, três grandes grupos tendem a concentrar o mercado, hoje ainda muito pulverizado, mas com várias empresas ganhando musculatura e abrindo capital em Bolsa.
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