Evento que costumava ocupar o Midrash Centro Cultural, no Leblon, com uma maratona de montagens teatrais no mês de julho, o Festival Midrash de Teatro chega à sexta edição em versão mais enxuta, apenas em formato on-line. De hoje até o dia 12, mais de 20 peças são apresentadas em transmissões ao vivo, sempre de domingo a quinta-feira — os ingressos são vendidos por meio da plataforma Sympla (/midrashcentrocultural), e têm valores a partir de R$ 20 inteiramente revertidos para atores e técnicos.
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Com idealização do rabino Nilton Bonder e curadoria de Clarice Niskier, Júlio Adrião e Isio Ghelman, a programação preza por espetáculos que tratem de questões contemporâneas.
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Estão no roteiro produções mais diretamente debruçadas sobre a pandemia, como “Onde estão as mãos, esta noite” (exibida na terça-feira, às 20h), com direção de Moacir Chaves, e “Homem de Lata”, dirigida por João Fonseca (e apresentada na quinta-feira, às 20h30). E temas abrangentes como a ligação entre vida e morte, o apogeu de figuras autoritárias e problemas da velhice também são abordados em outras narrativas. A agenda completa está disponível no site www.midrash.org.br/.
— Não poderíamos deixar de fazer um festival que mantém um calendário anual, ainda mais neste momento em que a classe artística está tão sacrificada. Selecionamos peças que pudessem ser montadas na casa de cada ator, com segurança, e que ajudassem o público a entender este período — comenta Ilana Salama, diretora de programação do Midrash.
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Esta noite, às 20h, Amir Haddad interpreta, pela primeira vez na internet, trechos de “Assim falou Zaratustra: um livro para todos e ninguém”, de Friedrich Nietzsche (1844-1900). Entusiasta da obra do filósofo alemão, o ator e diretor viajaria o Brasil este ano com um projeto inédito inspirado no livro — que embute o pensamento de Nietzsche em relatos e encontros de seu personagem —, mas precisou suspender a ideia devido à crise sanitária mundial.
— O que proponho, em cena, é uma conversa entre Zaratustra e os espectadores. Há muito tempo me volto para esse livro... — diz Amir Haddad, destacando sua interpretação da obra — O que me encanta é a perspectiva visionária que ele tem do mundo ao falar sobre a falência da racionalidade e a necessidade de um contato mais profundo com as nossas sensações e o nosso inconsciente.
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Também hoje, às 11h, ganham a tela o infantil “O plano perdido”, com o violonista e marionetista Bruno Descaves; o monólogo “Boca a boca — Um solo para Gregório” (às 15h), com Ricardo Bittencourt no papel do poeta Gregório de Matos; e “Pessoa” (às 17h), estrelado por Elias Andreato e inspirado em textos de Fernando Pessoa.
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