SANTIAGO — O ministro do Interior e da Segurança Pública do Chile, Víctor Pérez, que é chefe de gabinete do presidente Sebastián Piñera, renunciou nesta terça-feira após ser suspenso do cargo pela Câmara dos Deputados, que havia aprovado uma acusação constitucional contra ele.
Com 80 votos a favor, 74 contra e uma abstenção, a Câmara dos Deputados aprovou uma denúncia apresentada por parlamentares da oposição contra Pérez por sua negligência na atuação com um protesto de caminhoneiros no sul do Chile e também por sua atuação como superior da polícia em atos de repressão a manifestações sociais.
— Não estou só suspenso, mas renunciando ao cargo de ministro do Interior — disse Pérez a jornalista no Congresso.
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Pérez era ministro há apenas três meses e era a terceira pessoa a ocupar em pouco mais de dois anos.
Apesar da renúncia, Pérez deverá passar por outra votação no Senado para determinar se ele será proibido ou não de assumir cargos públicos por cinco anos.
O presidente Piñera declarou em um comunicado que aceita a renúncia, mas afirmou estar convicto de que Pérez "cumpriu todos os seus deveres, respeitou a constituição e as leis e não incorreu em nenhuma acusação constitucional".
O presidente nomeou interinamente para o cargo Juan Francisco Galli, que era subsecretário do Interior.
Pérez, de 66 anos, é um conhecido político de direita e colaborador da ditadura de Pinochet (1973-1990) como prefeito da cidade de Los Ángeles, no sul do Chile.
Após vários anos como senador, Pérez foi nomeado ministro do Interior em julho, substituindo Gonzalo Blumel, que havia substituido Andrés Chadwick, primo do presidente Piñera, e que era considerado o homem forte do governo.
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