Após horas de reunião com membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e da Organização de Estados Americanos (OEA), o advogado e líder indígena Yaku Pérez e o candidato da centro-direita, Guillermo Lasso, concordaram nesta sexta-feira com a realização de uma recontagem parcial dos votos no Equador. Os dois disputam a vaga no segundo turno contra Andrés Arauz, economista de esquerda aliado do ex-presidente Rafael Correa, vencedor do primeiro turno, no último domingo.
Com quase 100% das urnas apuradas, Lasso aparece na frente, com uma margem de apenas 33 mil votos de diferença para Pérez, em terceiro lugar. A incerteza sobre o segundo turno e denúncias de fraude por parte do líder indígena aumentaram o clima de tensão no país e puseram em xeque a lisura do processo. Segundo analistas, ele teria mais chances do que Lasso de vencer a disputa contra Arauz.
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Os dois concordaram em revisar todos os votos da província de Guayas, onde fica Guayaquil, onde teriam sido encontradas atas sem o carimbo do CNE, além de outras irregularidades. Também serão recontados os votos em 16 outras províncias, mas numa amostragem menor. Pérez e seus observadores alegam uma suposta fraude para beneficiar o candidato conservador. A revisão será transmitida ao vivo nos canais oficiais do CNE.
Na reunião, Pérez chegou a dizer que ele deveria ir ao segundo turno e não Lasso, alegando que "é muito difícil para ele vencer o correísmo". Um dia antes, em discurso a seus apoiadores, o candidato, do Pachakutik, braço político do movimento indígena, disse que o conservador pretende disputar o segundo turno apenas "por ego". Na quinta-feira, grupos indígenas se mobilizaram numa marcha para participar de um protesto pacífico em frente ao órgão eleitoral em Quito.
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No total, contando também os votos de Xavier Hervas, da Esquerda Democrática, que se apresenta de centro-esquerda, diferentes candidatos de esquerda tiveram juntos quase 70% dos votos no Equador. Para especialistas, o resultado indica que grande parte da população rejeita as políticas neoliberais implementadas pelo atual presidente, Lenín Moreno, ex-aliado e agora rival de Correa, e do qual Lasso representa uma continuidade.
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