Defesa de Crivella afirma que gestão do ex-prefeito seguiu rigoroso processo de fiscalização dos pagamentos

A defesa do ex-prefeito Marcelo Crivella afirmou nesta segunda-feira que os pagamentos na administração pública durante a gestão passada no município do Rio seguiram um "complexo, rigoroso e redundante" processo de fiscalização. No último domingo, O GLOBO mostrou que, entre 2017 e 2020, cinco das empresas citadas na denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) que acabaria levando à prisão de Crivella acumularam R$ 1,48 bilhão em instrumentos contratuais com a prefeitura, segundo levantamento feito no Sistema de Informações Gerenciais (SIG) realizado pelo gabinete da vereadora Teresa Bergher.

Em nota, os advogados de defesa de Crivella dizem que, após análise dos ordenadores de despesas das Secretarias, os pagamentos são submetidos ao crivo dos servidores da Controladoria Geral do Município (CGM). Em seguida, afirma o texto, são aferidos mais uma vez pelos técnicos da Secretaria de Fazenda. E, no caso dos contratos com alto valor, são examinados previamente também pelo Tribunal de Contas do Município (TCM).

"As dívidas herdadas pela gestão anterior, somadas à retração da economia e, por fim, o advento da pandemia, impuseram uma gestão austera dos recursos públicos, o que incluiu a revisão de contratos vigentes e a renovação mediante condições mais vantajosas para os cofres públicos", afirma a nota.

A defesa apresenta ainda dados sobre os pagamentos realizados pela prefeitura a duas das empresas citadas na denúncia do MPRJ, a Laquix Comércio e Indústria e a Ziuleo Copy Comércio e Serviços. E indica que elas receberam menos recursos do município na gestão Crivella do que no governo anterior.

"À guisa de exemplo, de algumas das empresas citadas na reportagem e considerando os anos de 2013/2016 e de 2017/2020, foram os seguintes os gastos realizados: Laquix Comércio e Indústria R$ 105.329.342,04, contra R$ 26.350.179,62; Ziuleo Copy Comércio e Serviços Ltda. R$ 106.006.446,81, contra R$ 20.185.099,79", diz a nota, assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Alberto Sampaio Júnior.

Crivella está em prisão domiciliar, e aguarda a decisão sobre pedidos de revogação de sua prisão, em análise pela Justiça.

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