Reage, Rio!: Empresas adotam projetos especiais em suas vizinhanças

RIO — Depois de um ano em isolamento social, Emanuelly Vitória Alves de Lima, de 10 anos, aluna do 5º ano da Escola Municipal Roberto Coelho, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, não esconde o entusiasmo do retorno às aulas. Além de rever amigos e professores, um outro fator foi fundamental para ela querer entrar no colégio apressada: desfrutar do visual “colorido” e das carteiras novas do colégio, totalmente reformado, em 2019.

— A escola fica bem melhor quando fica mais bonitinha. Todos vão querer estudar aqui — diz a menina, que nem aproveitou o colégio no ano passado, por causa da pandemia.

A Escola Municipal Roberto Coelho foi a segunda unidade reformada com recursos financeiros exclusivos da Ternium Brasil — siderúrgica que se instalou no bairro em 2017 e que pretende fazer obras numa terceira, a Escola Municipal Adalgiza Nery, no mesmo bairro, ao custo de R$ 2,4 milhões. Desta vez, a Ternium participa do projeto Abrace uma Escola, criado pela prefeitura do Rio, na última quinta-feira, para que empresas reformem colégios.

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As reformas da Ternium, no entanto, começaram há três anos, por iniciativa da própria siderúrgica, na Escola Municipal Japão. Por ano, a empresa investe R$ 5 milhões na região, recursos que vêm direto dos acionistas, em iniciativas espontâneas, sem imposição legal. E não só em educação: a empresa reformou a Clínica da Família Ernani de Paiva Ferreira Braga, também em Santa Cruz. Com a mesma filosofia, outras empresas aderiram a projetos independentes semelhantes em diferentes áreas.

Filhotes de tartarugas

A Prumo, empresa de logística que atua no Porto do Açu, um dos maiores complexos de infraestrutura do país, localizado nos municípios de Campos dos Goytacazes e de São João da Barra, é uma delas. Entre os projetos estão o de capacitação de educadores da rede municipal de São João da Barra e o de criação de hortas comunitárias. Este ano, o Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas, mantido pela empresa, liberou no mar um milhão de filhotes de tartarugas marinhas da espécie Caretta caretta, ameaçada de extinção. Em 2020, foram aplicados R$ 3,9 milhões nestas ações.

A Enel Distribuição Rio, instalada em Niterói, investiu R$ 15,8 milhões, no ano passado, em ações sociais em meio ambiente e educação na sua área de atuação, que compreende 66 municípios do Rio. Entre os projetos destacam-se oficinas de capacitação profissional e orientações sobre como arrumar um emprego, destinadas a jovens e adultos de comunidades em que a empresa fornece energia elétrica. No Salgueiro, em São Gonçalo, há um programa que doa material reciclado e orienta empreendedores na confecção de bolsas e acessórios. A Enel incentiva também a reciclagem de materiais em Ecopontos. Os projetos beneficiaram cerca de 290 mil pessoas em 2020.

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As italianas Enel e Ternium trouxeram a cultura de investir em ações sociais, aproximando-se da vizinhança, de países onde atuam. A siderúrgica Ternium faz a mesma política de incentivo no México, na Argentina e na Colômbia. Só em projetos ambientais e de sustentabilidade, estão previstos R$ 500 milhões até 2030, de forma espontânea, sem relação com contrapartidas do passado, relacionadas ao funcionamento da siderúrgica.

A gerente de Relações com as Comunidades da Ternium, Fernanda Candeias, ressalta que cerca de 9 mil pessoas são beneficiadas com os projetos da empresa.

— Acreditamos que a indústria cresce com a comunidade. É um investimento direto em educação, um compromisso da empresa. Na pandemia, este setor ficou prejudicado. Educação é a base de tudo — dizFernanda, que também é presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz.

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Cláudia Maria da Costa, presidente da Associação de Moradores do Conjunto São Fernando, em Santa Cruz, conta estar feliz com a reforma da Adalgisa Nery, que atenderá sua comunidade:

— A Ternium sempre foi atenciosa não só com nossa comunidade, mas com todas das da redondeza.

Márcia Massotti, diretora de Sustentabilidade da Enel Brasil, enaltece a integração:

— Entendemos que a relação de parceria com as comunidades do entorno gera retorno para a empresa, clientes e acionistas.

O diretor de Relações Institucionais da Prumo, Eduardo Kantz, destacou a relação com os vizinhos:

— Nada seria possível sem o envolvimento da comunidade no entorno.

As reportagens sob o selo “Reage, Rio!” têm apoio institucional de Rio de Mãos Dadas, uma iniciativa da Fecomércio.

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