EUA fazem ataques contra milícias supostamente pró-Irã na fronteira entre Iraque e Síria

WASHINGTON — Os EUA realizaram três ataques aéreos contra posições de milícias apontadas como “pró-Irã” na fronteira do Iraque com a Síria, em uma ação autorizada pelo presidente Joe Biden em resposta ao que o Pentágono afirmou serem “ações contra interesses americanos no Iraque''.

De acordo com um comunicado divulgado na noite deste domingo pelo Departamento de Defesa, os bombardeios tinham como alvo instalações operacionais e depósitos de armas de milícias no Iraque e na Síria, além de servirem como base para o lançamento de drones. O texto, assinado pelo porta-voz, John Kirby, nomeia as milícias Kataib Hezbollah e Kataib Sayyid al-Shuhada, ambas acusadas de terem o apoio militar e financeiro de Teerã.

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“Como ficou claro com os ataques desta noite, o presidente Biden deixou claro que ele vai agir para proteger o pessoal dos EUA. Diante da série de ataques de grupos apoiados pelo Irã contra interesses americanos no Iraque, o presidente ordenou novas ações militares para conter e impedir esses ataques”, afirma o comunicado. “Os EUA usaram ações necessárias, apropriadas e deliberadas para limitar o risco de escalada, mas também para mandar uma mensagem de dissuasão clara e direta.”

Desde o começo do ano, ocorreram cerca de 40 atentados contra interesses americanos no Iraque, como prédios ou bases, onde há cerca de 2,5 mil militares dos EUA que integram uma coalizão internacional contra o grupo Estado Islâmico. Boa parte das ações exigia a retirada de todas as forças estrangeiras em solo iraquiano.

Segundo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseada em Londres, cinco pessoas morreram nos bombardeios.

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Esta foi a segunda ação direta ordenada por Biden contra milícias ligadas ao Irã desde sua chegada ao cargo — na primeira, em fevereiro, os alvos foram instalações apontadas como bases dos grupos na Síria. Segundo analistas, as milícias estão deixando de lado armamentos simples, como os foguetes Katyusha, e usando equipamentos mais modernos, que foram capazes de driblar os sistemas de defesa americanos.

Na véspera dos bombardeios, três drones com explosivos explodiram perto de Erbil, no Curdistão iraquiano, alvo frequente de ataques. Em abril, um outro drone atingiu uma área até então segura da base usada pela coalizão também em Erbil, localizada no aeroporto da cidade.

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O apoio iraniano às milícias, em especial no Iraque, é um dos pontos mais tensos em iniciativas diplomáticas envolvendo o Irã, incluindo as conversas para o retorno dos EUA ao plano internacional sobre o programa nuclear iraniano, abandonado por Washington em 2018. Além dos americanos, as monarquias do Golfo, como a Arábia Saudita, além de forças políticas no Iraque veem os grupos como elementos de desestabilização política e de segurança, e os consideram ferramentas militares de Teerã fora de suas fronteiras.

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