RIO — A Secretaria de Estado de Saúde confirmou nesta terça-feira que uma nova variante do vírus da Covid-19 foi identificada no Rio. A nova cepa foi descoberta em meados de abril e é descendente da linhagem B.1.1.28, que está em circulação em todo o país desde meados de 2020. A descoberta foi feito pelo monitoramento genômico da Rede Corona-Ômica-RJ, e a variante foi nomeada como P.5.
A nova linhagem P.5 tem a mesma estrutura da cepa original, porém sofre mutações no spike —“coroa” do vírus que se liga à célula humana. Segundo a secretaria estadual de Saúde ainda não é pissível dizer que ela seja mais letal ou transmissível. O governo do Rio informou que em São Paulo 19 casos já foram identificados.
— Temos que acompanhar o espalhamento desta variante P5. Só assim vamos ter uma ideia de seu potencial infeccioso. Vamos aguardar. O importante agora é acelerar a vacinação — disse o professor titular de virologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Amilcar Tanuri.
O estudo faz parte de uma parceria entre a secretaria de Saúde, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, do Laboratório Central Noel Nutels, da Fiocruz, Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e Fundação Getúlio Vargas (FGV).
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Até o momento, os dados coletados pelos pesquisadores mostram que a cepa mais comuns no Rio continua sendo a P.1 — rebatizada de "gamma" pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Foi observada também uma "baixa frequência" da variante VOC B.1.1.7 (Reino Unido) e uma redução da P.2, desde novembro do ano passado.
Segundo a secretaria estadual de Saúde, independentemente da cepa do vírus ou linhagem, as medidas de prevenção e métodos de diagnóstico e tratamento da Covid-19 seguem os mesmos.
"É importante os municípios continuarem avançando no processo de vacinação contra a Covid-19 e que a população retorne para receber as segunda dose. Apenas assim é possível alcançar a completa eficácia da vacina. Estudos mostram que todas as vacinas disponíveis no Brasil são eficazes contra as variantes identificadas até o momento", disse a pasta em nota.
Testes para viajantes vindos da Índia
No último mês, a secretaria de Saúde, em parceria com a Infraero e a Anvisa, iniciou o monitoramento de passageiros que chegam aos Aeroportos Internacional Tom Jobim (Galeão) e ao Santos Dumont com origem da Índia
De acordo com a pasta, uma equipe fica de prontidão 24 horas e é acionada pela Anvisa quando ocorre a chegada desses passageiros ao Rio. A testagem é realizada em área restrita. A realização do exame é obrigatória, e os passageiros que testarem positivo serão isolados em um hotel no município do Rio e realizam teste RT-PCR. As amostras são encaminhadas para sequenciamento genômico e identificação da variante.
Até esta terça-feira (22/06), 29 exames foram realizados nos aeroportos, todos com resultado negativo para Covid-19.
Os testes começaram após uma falha na vigilância sanitária que permitiu que um homem de 32 anos, que teve a contaminação pela cepa indiana e apresentava sintomas, viajasse por três cidades no país e tivesse contato com dezenas de pessoas antes de exame ficar pronto. Ao desembarcar em São Paulo de um voo com origem da Índia, onde circula uma variante mais perigosa da Covid-19, um morador de Campo dos Goytacazes pôde viajar ao Rio e se hospedar num hotel antes de ir para Campos e depois retornar ao Rio.
Segundo a secretaria de Saúde, ele ficou em isolamento por 14 dias até o início de junho.
Na capital, casos de variantes passam de 500
No boletim epidemiológico em que divulgou o novo calendário de vacinação contra a Covid-19, a prefeitura do Rio confirmou que nesta semana foram comprovados 15 novos casos de variantes do coronavírus. Destes, nove são moradores da capital, que chegou a 500 casos de cepas de atenção confirmados entre residentes da cidade. Todos os novos confirmados são da variante P.1, agora também chamada de Gama.
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— Dos 15 resultados, nove são moradores do Rio que totalizam 619 confirmações de variantes, sendo 500 casos de moradores da cidade. Temos um predominio de casos da cepa P1, e a maioria absolua são de síndrome gripal, que evoluiram para alta e cura — afirmou Marcio Garcia, subsecretário de Vigilância em Saúde da prefeitura do Rio.
As restrições anunciadas na última semana continuam em vigor até pelo menos a próxima sexta-feira. Pela sexta semana seguida, todas as 33 regiões administrativas da cidade continuam com risco alto para a Covd-19.
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