RIO e SÃO PAULO — Em 896 dias à frente do Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles protagonizou crises como o avanço do desmatamento, o derramamento de óleo no litoral brasileiro e queimadas na Amazônia e no Pantanal. Contou com o apoio incondicional do presidente Jair Bolsonaro enquanto acossava ONGs e integrantes do próprio governo que contestavam sua gestão. Ainda assim, encontrou opositores que denunciaram à opinião pública a dimensão das tragédias ambientais.
O GLOBO entrevistou Ricardo Galvão, que foi demitido da direção do Inpe após reagir a críticas de Salles e Bolsonaro ao instituto; Hugo Loss, exonerado da coordenação de operações do Ibama ao mostrar uma operação contra garimpo; o ambientalista Marcelo Cwerner, que foi acusado sem provas de causar incêndio em uma unidade de conservação; e o engenheiro de pesca Daniel Galvão, que montou um movimento para limpeza do óleo que atingia uma praia de Pernambuco, diante da inércia do governo federal.
Agora, além de reinvidicar mudanças, essas vozes dividem-se entre o pragmatismo e o pessimismo com a gestão de Joaquim Leite, anunciado na última quarta-feira como o sucessor de Salles.
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