Senador da CPI quer que PF investigue representante de empresa que recebeu auxílio emergencial

BRASÍLIA — O senador Marcos Rogério (DEM-RO), integrante da CPI da Covid, pediu ao presidente da comissão, o senador Omar Aziz, que envie à Polícia Federal (PF) trechos dos depoimento prestado nesta quinta-feira por Cristiano Carvalho, representante no Brasil da empresa Davati. Cristiano disse que recebeu no passado o auxílio emergencial de R$ 600 mensais e, por isso, Marcos Rogério quer que ele seja investigado por estelionato.

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A Davati tentou negociar 400 milhões de doses da AstraZeneca com o governo brasileiro, mesmo não tendo apresentado um documento comprovando que tinha autorização do laboratório para isso. Na negociação, que não foi adiante, há suspeitas tanto de golpe por parte a companhia, como de pedido de propina por parte de ex-integrantes do Ministério da Saúde.

"O depoente Cristiano Alberto Hossri Carvalho afirmou, para vários Senadores da República, que o recebimento indevido do Auxílio Emergencial se deu em virtude do cadastro realizado por terceiros (segundo ele, 'uma amiga'), e posteriormente, quando eu o interrogava, veio a alterar sua versão dizendo que foi ele mesmo o responsável pelo cadastramento junto ao Governo Federal para receber o benefício. Portanto, tendo em vista a confissão do depoente, é importante que se encaminhe expediente, com as imagens referidas acima, para a Polícia Federal investigar a prática do crime de estelionato, conforme tipificado no art. 171, do Código Penal", diz trecho do pedido de Marcos Rogério.

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No depoimento, Cristiano disse que não queria expor a pessoa que protocolou um pedido de auxílio emergencial em nome dele.

— Se tiver sido um crime, eu vou responder por ele. Pode ter certeza disto: que eu vou responder por ele, tá — afirmou Cristiano.

Diante da insistência do senador, Cristiano pediu um tempo para ir ao banheiro. Na volta, quando Marcos Rogério continuou fazendo perguntas, mudou a versão:

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— Eu vou retificar a informação e dizer que fui eu mesmo que fiz, tá? Infelizmente, eu estou sendo colocado em uma situação constrangedora. No momento, eu precisava. Não me orgulho disso. Já falei que já entrei em contato exclusivamente para devolver. E estou aqui para prestar os esclarecimentos que forem necessários

Em outro momento, ele informou que tentou devolver o dinheiro:

— Antes de preceder o final do ano, eu entrei em contato com a Procuradoria da Fazenda, se não me engano, e já solicitei o estorno desde então.

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