Análise: Vitória do Flamengo tem ascensão de Bruno Henrique e ansiedade de Pedro

Os 2 a 0 do Flamengo sobre o Sport, em Volta Redonda, pelo Brasileiro, apenas confirmaram o favoritismo de uma equipe sobre a outra. A verdade é que o jogo deste domingo não foi um grande teste para o time de Renato Gaúcho. Mas, se coletivamente a partida teve um aspecto quase que protocolar, individualmente ela foi marcante para dois personagens do ataque rubro-negro: Bruno Henrique e Pedro.

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Para o primeiro, coroou sua ascensão. Com o gol que abriu o placar no Raulino de Oliveira, Bruno Henrique chegou aos oito e se isolou na artilharia do Brasileiro. Um posto que confirma a temporada de recuperação que ele faz em 2021.

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A queda de rendimento de Bruno Henrique em 2020 chamou a atenção. Eleito craque do Brasileiro-2019 e vice-artilheiro do Flamengo no mesmo ano, fez uma temporada discreta. Principalmente após a saída de Jorge Jesus.

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Em 2021, com Ceni, o atacante ensaiou uma reação no início do Campeonato Brasileiro. Com a chegada de Renato Gaúcho, parece ter deslanchado de vez. Sua atuação contra o Sport reuniu seus melhores atributos: a profundidade que ele dá à equipe pela esquerda, sua facilidade para quebrar as linhas de marcação pela velocidade e pelo drible e o perigo que ele oferece quando aparece dentro da área, mais centralizado. No lance do gol, trocou de posição com Arrascaeta para concluir de cabeça um levantamento preciso do uruguaio.

Os 11 gols marcados nesta temporada mostram sua versatilidade. Os dois últimos foram de cabeça. Mas ele também já marcou com os pés, apenas escorando cruzamento rasteiro, e também de fora da área.

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O caminho percorrido por Bruno Henrique é exatamente o inverso de Pedro. Sua familiaridade com o gol anda perdida. Contra o Sport, ficou nítido que ele está ansioso para reencontrá-la. Após um primeiro tempo em que não atuou bem (e quase marcou contra, de cabeça), o centroavante passou a reta final toda tentando acabar com seu jejum. Cometeu alguns erros de finalização e de posicionamento típicos de alguém que joga com nervosismo.

Pedro chegou ao sexto jogo sem balançar as redes. Igualou sua maior marca sem gols com a camisa do Flamengo, registrada no ano passado. A primeira sequência ocorreu num momento em que o atacante ainda buscava a afirmação no time rubro-negro. Agora, parece ligada à tentativa de se adaptar ao esquema de Renato Gaúcho e, principalmente, de dar a volta por cima após ter seu sonho de defender a seleção na Olimpíada vetado pela diretoria do clube.

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Com a vitória sobre o Sport, o Flamengo chegou aos 27 pontos. Está a apenas um do Bragantino, o quarto colocado. No domingo que vem, visita o Ceará, já com a chance de entrar no G4. Antes, na quarta, faz em Brasília o segundo duelo contra o Olímpia, do Paraguai, pelas quartas de final da Libertadores.

O jogo

Não foi uma vitória difícil de ser construída. Tanto pela boa movimentação do Flamengo na frente - principalmente com Bruno Henrique, Arrascaeta e Éverton Ribeiro - quanto pelas limitações do Sport. O time de Umberto Louze teve muita dificuldade para se defender. Pela direita, Isla chegou com tanta frequência à linha de fundo que parecia não haver marcador por ali.

Na esquerda, o revezamento entre Bruno Henrique, Arrascaeta e Filipe Luis, todos os três numa tarde inspirada, dificultou a vida dos pernambucanos. E é por ali que nasce o primeiro gol, aos 10m. Com todo o espaço em torno de si, o uruguaio lançou na medida para Bruno, que apareceu entre os dois marcadores para cabecear.

O começo do Flamengo ainda poderia ter sido mais avassalador, já que, oito minutos depois, João Gomes ampliou. Mas a posição irregular de Isla, que participou da jogada, anulou o gol.

Com a bola nos pés, o Sport não conseguiu encaixar seus contra-ataques. O excesso de passes errados (23% do total), fez com que a bola mal chegasse a Mikael.

Se não converteu sua superioridade em goleada foi pela quantidade de chances desperdiçadas. Ainda assim, um chute de Éverton Ribeiro desviado por Ronaldo Henrique garantiu o segundo gol e uma vantagem mais cômoda no placar.

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