SÃO PAULO — O secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende, afirmou à reportagem do GLOBO que pediu ao Ministério da Saúde, por meio de um ofício, na sexta-feira, a autorização para aplicar uma dose de reforço em uma vacina contra Covid-19 em 350.000 pessoas do estado — os que tem idade acima de de 60 anos.
Líder na vacinação entre os estados brasileiros — com 37% dos adultos imunizados com as duas doses — o líder da secretaria de Saúde afirma que está acompanhando um aumento de casos e mortes entre as pessoas com mais idade, mesmo vacinadas.
— Estamos pedindo doses, para fazer esse reforço, e também a gente entende que, conforme o Ministério se manifestar ao invés da gente seguir com o quantitativo (de aplicacações) dirigido à toda população de adolescentes, vamos priorizar os idosos — diz Resende.
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O secretário não especificou quais vacinas seriam usadas no trabalho. Ele, porém, diz que aceitará o intercâmbio entre diferentes fabricantes. O Mato Grosso do Sul já avança na vacinação de meninos e meninas entre 12 e 17 anos.
Para fortalecer o pedido, o governo preparou dados da prevalência de casos e óbitos na população com idade superior a 60 anos.
De acordo com o levantamento oferecido pela secretaria de Saúde, o público com idade superior a 80 anos correspondia a 7,4% das mortes em abril. E, em julho, saltou para 17,4%. Entre as pessoas com 60 anos a 69 anos, vacinadas depois, o percentual reduziu: a taxa foi de 28,6% e 17,20%, ao longo do mesmo período. Entre os que têm 70 a 79 anos, o percentual variou de 14,5% da totalidade dos casos fatais em junho para 18,9% em julho.
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Cabe ressaltar, porém, que em todas as faixas etárias acima de 60 anos não há aumento em números absolutos de mortes entre junho e julho, a diferença se dá na fatia de proporcionalidade de mortes. Ou seja, o quanto os idosos, sobretudo acima de 80 anos, representam nos novos registros fatais do estado.
— Dentro dos doentes, qual é o mais acometido em termos percentuais? Acaba sendo a população idosa. Essa é a análise — diz Liliane Ferreira, enfermeira que presta apoito técnico da Secretaria Estadual de Saúde.
Procurado, o Ministério da Saúde ainda não confirmoou o recebimento do documento.
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