Indicador ainda não sugere abertura de cinemas e teatros, e fase 6 pode ser adiada

RIO — A reabertura de cinemas, teatros e casas de eventos na cidade, prevista para este domingo (16), pode ser adiada pela prefeitura. Nesta sexta, não houve confirmação da decisão, mas o painel de sete indicadores de monitoramento que embasam a liberação de atividades ainda mostra que um dos dados não é favorável para a fase 6, a última prevista no plano de retomada. Médicos do comitê científico admitem que isso pode forçar um adiamento da data, e a sensação entre gestores dos empreendimentos e de assessores da prefeitura é de que não haverá liberação total.

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Durante a sexta, o prefeito Marcelo Crivella esteve com o presidente Jair Bolsonaro em agenda pela cidade e não convocou a reunião do comitê científico, prática habitual antes da autorização de novas fases de abertura da economia. Isso deve ocorrer nesta noite ou no sábado pela manhã. Após o encontro, será anunciado o que foi decidido.

O plano de retomada considera sete indicadores básicos, como ocupação de leitos e variação de notificação e casos, para que as fases sejam autorizadas. Dos sete, seis estão com sinal verde para a fase 6, que prevê liberação de cinemas, teatros, museus, casa de shows e competições esportivas com 1/3 de capacidade. Entretanto, o indicador de notificações de Síndrome Gripal (SG) ainda não é favorável.

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Para a fase 6 ser liberada, o plano prevê que, no acumulado das duas semanas anteriores ao dia de autorização, as notificações de SG sejam de no máximo 10 mil. Entretanto, nesta sexta o painel apontava 15.891 notificações, 59% acima do mínimo necessário. O dado é, inclusive, maior que os 14.583 observados no último dia 31, quando começou a fase 5. Por isso, o médico Sylvio Provenzano, ex-diretor do Cremerj, e membro do comitê científico, acredita que a fase 6 deve ser adiada por, pelo menos, uma semana.

— Provavelmente nós vamos orientar aguardar mais uma semana. Mas a decisão é do prefeito. Apesar de que ele tem ouvido o comitê. Não houve fase aberta sem todos indicadores favoráveis — afirmou o médico.

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Assessores da prefeitura acreditam que, mesmo se não houver adiamento, a liberação das atividades será apenas parcial. Os cinemas, por exemplo, são empreendimentos que geram preocupação por causa da dificuldade operacional de colocar o protocolo em prática. Também membro do comitê científico, o médico e professor da UFRJ Celso Ramos diz que há "dúvidas" sobre autorização para a fase 6, mas que isso precisa ser discutido na reunião.

— Só o indicador de Síndrome Gripal, principalmente nessa época de resfriado, não é necessariamente suficiente para vetar a fase 6. Mas há dúvidas se haverá liberação, porque são operações muito complexas. Acho que até pode haver condição para liberar, mas precisamos analisar melhor os dados — disse Ramos.

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Apesar da posição de médicos membros do Comitê Científico, o grupo hoje conta com muitos funcionários da própria Secretaria municipal de Saúde, o que torna mais imprevisível a decisão que será tomada. Além disso, mesmo se houver autorização, muitos cinemas, teatros e casa de show ainda não abrirão suas portas, mesmo se houver. É o caso, por exemplo do Vivo Rio, que, procurado, respondeu que não tem previsão ainda para receber público. Da mesma forma, a rede do Itaú Cinemas disse que só pensará em abrir as salas no mínimo uma ou duas semanas após uma autorização.

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