Irmão de chefe da maior milícia do Rio é executado três meses após sair da cadeia

RIO - Três meses após ser posto em liberdade, Thiago de Souza Aguiar, irmão de Toni Ângelo de Souza Aguiar, um dos chefes da maior milícia do Rio, foi executado a tiros em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O crime aconteceu no início da tarde desta quarta-feira. Thiago estava guardando material de pesca que havia acabado de comprar na mala de seu jipe quando foi surpreendido por homens armados, que atiraram e fugiram em dois carros. A vítima, que também integrava a quadrilha e chegou a ser o segundo na hierarquia, havia sido preso em 2016. Em maio deste ano, ele recebeu da Justiça o benefício de progressão da pena para o regime aberto e foi colocado em liberdade.

Em 2017, Thiago brigou com outros integrantes da milícia dentro do Complexo de Gericinó, em Bangu, onde cumpria pena. O motivo do racha foi a ascenção de Wellington da Silva Braga, o Ecko, ao comando da maior milícia do Rio, após a morte de seu irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes. A escolha do novo chefe, usuário de drogas e apontado como um homem violento, desagradou Thiago e seu irmão, Toni Ângelo, que à época estava num presídio federal.

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O desentendimento acabou numa briga generalizada durante o banho de sol dentro da Penitenciária Bandeira Stampa e envolveu Luciano Guinâncio Guimarães, filho de Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e outros nove presos. Thiago, no entanto, não teria participado das agressões. O caso foi registrado na 34ª DP (Bangu) como “Lesão corporal provocada por socos, tapas e pontapés". Fora da cadeia, dez pessoas morreram num período de apenas dois meses, em 2017, por causa da disputa.

Até hoje, Ecko é o chefe da milícia, que domina os bairros de Campo Grande, Paciência e Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, além de Seropédica e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele está foragido.

Em julho, a Justiça determinou o retorno de Tôni Ângelo ao sistema prisional do Rio, após sete anos em penitenciárias federais. Luciano Guinâncio segue preso. Jerominho e seu irmão, o ex-deputado Natalino José Guimarães, foram soltos em outubro de 2018, após terem sido absolvidos no último processo respondido por eles.

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Já Thiago conseguiu deixar a cadeia em maio. Segundo a decisão da juíza Beatriz de Oliveira Monteiro Marques, da Vara de Execuções Penais, ele deveria cumprir o resto da pena em casa, no endereço que forneceu à Justiça, em Cosmos. Ele deveria usar tornozeleira eletrônica. Quando foi assassinado, Thiago estava a cerca de 25 quilômetros do endereço de sua casa.

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