Hospital de Saracuruna, em Caxias, suspende atendimento a pacientes com suspeita de Covid-19

RIO — A prefeitura de Duque de Caxias decidiu suspender as consultas e exames ambulatoriais para pacientes com suspeita de Covid-19 no maior hospital público da Baixada Fluminense, o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, na última terça-feira. Agora, os que chegarem à unidade hospitalar se queixando de sintomas do novo coronavírus serão orientados a procurarem os hospitais municipais Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo e São José, ambos em Caxias.

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Em nota, a Secretaria municipal de Saúde de Duque de Caxias esclareceu que a medida de desativar o serviço de pronto-atendimento a pessoas suspeitas de Covid-19 "tem como justificativa manter em pleno funcionamento os serviços essenciais prestados pelo Hospital de Saracuruna, especializado em atendimentos de traumas, urgência e emergência adulto, pediátrico e maternidade de alto risco".

Desde o começo da pandemia, em março, o hospital chegou a atender quase 2 mil pacientes suspeitos de terem sido infectados pelo patógeno. Agora, as únicas pessoas que podem receber o tratamento da doença na unidade hospitalar são aqueles que chegam reclamando de outros problemas de saúde.

Com exceção das gestantes, que são obrigadas a serem testadas para o coronavírus pelo hospital antes do parto, os demais pacientes só serão submetidos ao teste se apresentarem sintomas da Covid-19. Por conta disso, os 40 leitos exclusivos a pacientes infectados com Sars-Cov-2 continuarão disponíveis no local.

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De acordo com a prefeitura de Caxias, até esta quarta-feira, dos 50 leitos que o hospital Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo conta, sendo 10 de CTI e 40 de enfermaria, apenas sete ainda estão disponíveis. O hospital municipal São José, inaugurado em maio deste ano para atender os pacientes com Covid-19, também possui poucos leitos. Dos 128, sobraram apenas 14.

Ao todo, 36 moradores da região ainda estão na fila à espera por um leito nos hospitais, mas não houve muito movimento nas unidades de saúde.

Enfermeiros temem sobrecarga

A expectativa da Confederação Regional dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (Coren-RJ) sobre a decisão da prefeitura de Duque de Caxias em suspender o atendimento a pacientes com suspeita de Covid-19 é de que esta pode sobrecarregar ainda mais os profissionais de saúde que estão na linha de frente. Em nota, o sindicato garante que irá fiscalizar as unidades indicadas pela prefeitura.

"A decisão da Secretaria de Saúde de Duque de Caxias é administrativa e o Coren-RJ aguarda que esta não venha impactar ainda mais as equipes de saúde, em especial as de enfermagem, uma vez que já há uma sobrecarga sobre estes profissionais, além de priorizarmos a segurança dos trabalhadores da enfermagem e a assistência segura e de qualidade aos adoentados por Covid-19.

Caberá ao Coren-RJ fiscalizar com atenção as unidades citadas pela Secretaria, para que os recursos humanos e dimensionamento de pessoal sejam adequados - incluindo EPIs e insumos -, bem como o transporte destes doentes para as unidades. Tão logo, estaremos enviando fiscais para que realizem este levantamento em diligências para elaboração de um relatório que reflita a real situação geral do serviço que será prestado nas unidades UPH- Unidades Pré Hospitalares e para as UPAs Beira Mar, Sarapuí e Parque Lafaiete e também do Hospital Municipal Dr Moacyr Rodrigues do Carmo (HMMRC). Caso não estejam em conformidade com nossos protocolos, tomaremos providências legais".

Sob nova direção

A prefeitura de Duque de Caxias assumiu a gestão do Hospital Adão Pereira Nunes em julho deste ano, que antes era administrado pela Organização Social Iabas.

Na época, o Iabas chegou a anunciar a suspensão de novos pacientes no hospital por falta de pagamento do governo do estado. A dívida, segundo o instituto, passava dos R$ 37 milhões. Mas, apesar da decisão, o hospital não chegou a parar.

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