Bolsonaro vai conversar com Netanyahu sobre remédio em desenvolvimento contra Covid-19

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou que deve conversa na sexta-feira com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre um remédio em desenvolvimento contra a Covid-19. Trata-se de um medicamento para o câncer de ovário que apresentou resultados preliminares positivos em pacientes com coronavírus. Ainda não foi realizado, no entanto, nenhum ensaio clínico.

— Já está acertado um encontro virtual entre eu e Benjamin Netanyahu para falar sobre esse novo spray que está servindo para, pelo menos experimentalmente, para pessoas em estado grave — disse Bolsonaro, durante transmissão ao vivo em suas redes sociais neste quinta-feira.

O medicamento EXO-CD24 foi aplicado em 30 pacientes que tinha Covid-19. Destes, 29 se recuperam, de acordo com pesquisadores do centro médico Ichilov, de Tel Aviv. Os pesquisadores agora farão uma pesquisa com grupo de controle, onde metade das pessoas recebe o remédio e metade recebe um placebo.

Antes mesmo da realização da pesquisa, no entanto, Bolsonaro afirmou que o governo já está em contato com os israelenses para trazer o remédio ao Brasil:

— Já estamos trabalhando com o nosso ministro Ernesto Araújo e com mais gente do nosso governo também tratando dessa questão, com o hospital lá de Israel que está desenvolvendo esse possível remédio — relatou, acrescentando depois: — E eu quero trazer para cá. Obviamente, trazer para cá, pegar a documentação, dar entrada na Anvisa, porque não é eu que vou fazer isso aqui. A Anvisa reconheceu que existe realmente a possibilidade de cura, que o efeito colateral é infinitamente pequeno, nós vamos autorizar esse spray aqui no Brasil.

O presidente fez uma comparação equivocada, dizendo que o remédio está "na mesma situação" que as vacinas que já estão sendo utilizadas. Os imunizantes, no entanto, passaram por testes com testes clínicos com milhares de pessoas e tiveram a eficácia comprovada.

— Não tem a comprovação científica, assim como as vacinas não tem ainda um certificado definitivo, está na mesma situação desse outro remédio.

Bolsonaro afirmou que não se pode pensar "só na vacina" e que é preciso também buscar remédios para tratar quem já foi infectado:

— Quando eu falei remédio lá atrás, levei pancada. Bateu em mim até não querer mais. “E a vacina?”. Entrou na pilha da vacina. O cara que entra na pilha da vacina, só da vacina, é um idiota útil. Nós devemos ter várias opções. (Para) Quem está contaminado, não adianta a vacina.

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