Johnson & Johnson pede autorização para uso emergencial de vacina contra a Covid-19 nos EUA

NOVA YORK — A Johnson & Johnson anunciou nesta quinta-feira (4) que solicitou à FDA, agência reguladora americana, o uso emergencial de sua vacina contra a Covid-19. O imunizante, de dose única, teve 66% de eficácia global nos testes clínicos, conforme divulgado pela empresa na semana passada. Segundo a J&J, o mesmo pedido deve ser feito à agência reguladora europeia ainda este mês.

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Se aprovada, a vacina da Johnson & Johnson será a terceira a receber autorização para uso emergencial nos Estados Unidos, após as fórmulas da Pfizer/BioNTech e da Moderna. Ao contrário das outras duas, porém, a J&J não requer segunda dose nem armazenamento em refrigeradores especiais.

Assim, o produto da J&J pode ampliar a cobertura vacinal e simplificar a campanha de imunização no país, que tenta prevenir novos surtos da doença ligados às novas variantes do SARS-Cov-2, provenientes do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil.

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A cúpula da Food and Drugs Administration (FDA) se reunirá nos próximos dias para deliberar sobre o pedido. A J&J pretende disponibilizar frascos assim que a aprovação sair, segundo o diretor científico da empresa, Paul Stoffels. A intenção da farmacêutica, segundo ele, é disponibilizar a vacina em março:

— Após a autorização de nossa vacina experimental contra a Covid-19, estaremos prontos para enviar os primeiros lotes.

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Os Estados Unidos querem pagar US$ 1 bilhão por 100 milhões de doses, que a J&J disse esperar fornecer no primeiro semestre do ano. O país ainda tem a opção de adquirir 200 milhões de doses adicionais.

A meta da J&J é fabricar 1 bilhão de doses em 2021, com produção nos Estados Unidos, Europa, África do Sul e Índia. A empresa ainda tem pedidos de submissão contínua com várias agências de saúde ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

A vacina da J&J usa um vírus do resfriado comum, conhecido como adenovírus tipo 26, para introduzir proteínas do coronavírus nas células do corpo e desencadear uma resposta imunológica.

Os ensaios clínicos do imunizante envolveram quase 44 mil voluntários de oito países diferentes. Os níveis de proteção contra a Covid-19 registrados foram de 72% nos Estados Unidos, 66% na América Latina e 57% na África do Sul.

O principal objetivo da J&J foi a prevenção de casos de Covid-19 moderados a graves. Nos testes clínicos, o imunizante se provou 85% eficaz na interrupção das formas mais severas da doença. No entanto, os ensaios foram conduzidos principalmente nos Estados Unidos e antes da disseminação de novas variantes, que, segundo especialistas, podem impactar as taxas de eficácia obtidas.

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