Análise: Botafogo esbarra na inexperiência ao perder a primeira na Série B

O goleiro Douglas Borges defendeu um de dois pênaltis cobrados pelo Náutico, mas não conseguiu evitar a derrota alvinegra por 3 a 1, neste domingo. Em confronto tumultuado contra o líder da Série B no Recife, o Botafogo voltou a levar gol no fim, como já havia sido no empate contra o Londrina, e perdeu pela primeira vez na competição.

O pênalti cometido no fim da partida pelo jovem Paulo Victor — seu segundo no jogo — definiu a partida em um momento em que o Botafogo tinha condições de buscar a virada. Inexperiência comum a um jovem de 20 anos, mas que coloca em xeque resultados em jogos tão disputados, tônica da Série B.

O lance gerou muita reclamação, e os jogadores do Botafogo cercaram a arbitragem no fim. Com a bola já saindo no lance, o alvinegro contestava a validade da marcação.

— O resultado é ruim, mas dentro da normalidade da Série B. O Náutico não é líder por acaso. Perdemos com interferência da arbitragem. O que aconteceu aqui hoje fora do campo beira o absurdo. Tinha representante da federação pernambucana escondendo a bola. No intervalo, o árbitro não conseguiu sair pelas pressões. No segundo tempo, ele marcou dois pênaltis. A competição é assim — criticou o técnico Marcelo Chamusca.

Em campo, a partida foi de imposição física e jogadas faltosas: logo nos primeiros minutos, Warley deixou o braço em disputa de bola com Vinícius, em lance que terminou com a expulsão do técnico Hélio dos Anjos, que reclamou à beira do gramado. O Botafogo era mais perigoso, mas viu o Náutico abrir o placar: em cobrança de escanteio, Pedro Castro desviou e fez contra.

Banhos de água fria

A cada momento em que o Botafogo melhorava na partida, um erro individual esfriava o ímpeto. Primeiro, o gol contra, em falha em jogada aérea. Depois, o primeiro pênalti cometido por PV, bem defendido por Douglas, minutos após Castro perder chance incrível em rebote de Alex Alves.

Quando conseguiu empatar a partida, com Felipe Ferreira, em jogada de oportunismo iniciada por Rafael Moura, veio a segunda penalidade e o gol do desempate do Timbu, que ainda ampliaria com Paiva, em contra-ataque no espaço deixado já nos acréscimos.

A derrota em jogo que poderia ser vencido frustra, mas serve como experiência do quão traiçoeira a Série B pode ser. Entre apostas na segunda etapa, a comissão técnica optou poupar Chay por questões físicas no intervalo, e o alvinegro perdeu muito da qualidade ofensiva com a saída. A boa entrada de Rafael Moura compensou parcialmente essa perda e garantiu mais presença de área à equipe, e pode ser uma opção de mais antecedência nas próximas partidas.

— Esse jogo foi um ponto fora da curva. Acho importante vencer fora de casa, eu não faço distinção. Montei o time hoje para ganhar. Temos margem para melhorar. Nos meus últimos dois anos na Série B, tenho um bom número de vitórias fora de casa. Temos margem para ganhar ainda fora — finalizou o técnico alvinegro.

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