Corpo de adolescente morto na Penha é enterrado no Rio

O corpo de Thiago da Conceição, adolescente de 16 anos morto dentro de casa com um tiro na cabeça na última sexta-feira, na Penha, foi enterrado neste domingo no Cemitério do Irajá, na Zona Norte do Rio. De acordo com familiares de Thiago, no momento em que ele foi atingido, a Polícia realizava a Operação Coalização no conjunto de favelas e o disparo teria sido feito sem que houvesse um confronto naquele instante. A mãe e a avó do adolescente passaram mal durante a cerimônia e precisaram de atendimento médico antes de o corpo ser sepultado.

Geovane dos Santos, tio de Thiago, afirma que o rapaz estava dentro de casa quando um projétil entrou pela janela e atingiu a cabeça do jovem. O projétil teria atingido também o violão de Thiago. Tocar o instrumento era um dos seus lazeres preferidos.

— Ele não teve chance de defesa. Quando cheguei no quarto, o encontrei com o crânio perfurado. A lembrança ficará para sempre na minha memória — relatou o tio.

Ele voltou a dizer que os policiais negaram socorro ao sobrinho. — O tiro que o atingiu foi o único disparo, não havia troca de tiro naquele momento. Depois do disparo, eu fui socorrer ele e falei com os policiais e eles se recusaram a socorrer, entraram na viatura e foram embora — afirmou.

Fragmentos de bala encontrados no violão do quarto em que Thiago foi morto serão entregues pela Defensoria Pública ao Ministério Público junto a outros elementos coletados pelo órgão. Neste sábado, a família de Thiago divulgou vídeos que mostram carros da polícia perto da casa onde o adolescente foi atingido, contrariando a informação da polícia.

Outras três pessoas morreram

Além de Thiago, outras três pessoas foram mortas durante a ação. A Operação Coalizão reuniu policiais civis dos estados do Rio, do Pará e do Amazonas. A Polícia Militar deu apoio. Foram cerca de 600 agentes e, pelo menos, três helicópteros. A ação visava cumprir 18 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).

Os investigadores descobriram que traficantes do Rio têm agindo em conjunto com criminosos do Norte do país. Além dos quatro mortos, 15 pessoas foram presas: cinco em Manaus, duas em São Paulo e oito no Rio de Janeiro.

Alguns dos criminosos são apontados como responsáveis pela onda de violência que atingiu Manaus e mais nove cidades do Amazonas no início do mês.

Policiais apreenderam meia tonelada de drogas, além de fuzil, outras armas e munição. A Polícia Civil investiga o caso.

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