Chegou o dia em que Tite decidiu testar o Brasil sem Neymar na Copa América. E encontrar um jogador que faça o que o camisa 10 vinha fazendo não é fácil. O empate com o Equador deixou a impressão clara de que Lucas Paquetá pode ser o principal candidato a exercer as funções do craque. Tanto quando ele não estiver em campo, tal qual um dublê, como dividindo as atenções dos adversários.
Sem a bola, Paquetá é capaz de fazer uma transição defensiva com velocidade e bom poder de marcação. Com a posse para o Brasil, oferece algumas opções: tanto na condução pelo meio, como Neymar, para chegar ao ataque. Passando por uma participação pelas pontas, associado aos laterais, especialmente do lado direito, onde Emerson atuou. E chegando ao que faz de melhor. De frente, dando opções de passes precisos, e também com arremates a gol.
Foi assim que Paquetá conduziu o Brasil no primeiro tempo, quando Gabigol teve chance clara e Éder Militão abriu o placar em bola aérea originada de uma jogada iniciada pelo meia. Na etapa final, a equipe se desorganizou, cedeu campo para o Equador, que empatou com Mena e se classificou.
O Brasil interrompeu a sequência de dez vitórias seguidas com Tite. Mas já garantido nas quartas de final, enfrenta na sexta-feira ou Chile ou Uruguai, que jogam nesta segunda-feira.
O jogo
A escalação do Brasil teve algumas novidades, como Gabigol de volta ao comando do ataque. Firmino foi mantido atrás do centroavante, também responsável pela armação. Na ponta esquerda, Everton Cebolinha recebia o apoio de Renan Lodi. O meio-campo formado por Douglas Luiz e Fabinho dava a consistência suficiente para a equipe não sofrer defensivamente. E a boa movimentação ofensiva rendeu domínio completo das ações e da posse de bola no primeiro tempo.
Paquetá foi o principal elo de organização nesse contexto. Já Gabigol esteve mais participativo no esquema sem Neymar. A mobilidade coletiva da equipe ajudou. Até se lesionar no começo do segundo tempo, Renan Lodi também apareceu bem no apoio.
Aos 36 minutos, Everton Cebolinha cobrou falta na medida, na cabeça de Éder Militão, que marcou pela primeira vez pelo Brasil. A entrada de Danilo improvisado começou a desorganizar a defesa na etapa final. Após jogo aéreo, o Equador se aproveitou dos jogadores saindo da área. A bola veio de Valencia para Mena, que apareceu livre para chutar cruzado, aos sete minutos.
Animado com o gol, o Equador tomou as rédeas da partida e assustou a seleção. Mas não a Tite. Que seguia com experiências, e lançou Vinícius Junior no lugar de Firmino. No primeiro lance, Paquetá achou o companheiro, mas o cruzamento veio forte, e o jovem chegou atrasado. Outras mexidas aconteceram até o fim do jogo - Casemiro, Richarlison, Éverton Ribeiro -, mas Neymar não entrou.
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