Após presidente afastado ter comprado avião, CBF muda regras para compras superiores a R$ 5 milhões

Após a compra de um avião por mais de R$ 70 milhões feita por Rogério Caboclo dias antes de ser afastado da presidência da CBF, a entidade mudou suas regras sobre comprar milionária. O presidente em exercício, Coronel Nunes, publicou uma resolução em que determina que compras com valores maiores a R$ 5 milhões passem por uma comissão.

A comissão que deverá dar o parecer favorável ou não é a de Finanças, Orçamentos e Patrocínios. No entanto, antes da avaliação, o diretor responsável pela área que deseja realizar a aquisição, terá que assinar um parecer explicando e permitindo a compra.

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O avião comprado por Caboclo, um Legacy 500, com capacidade para 16 pessoas, já foi vendido pelo mesmo valor pago.

A VERSÃO DE CABOCLO

Há alguns dias, o dirigente emitiu uma nota em que justificou a compra. Ele disse que o avião foi comprado por US$ 14 milhões (cerca de R$ 70 milhões) no dia 4 de junho, antes da denúncia de assédio sexual e moral contra ele ser apresentada na Comissão de Ética da CBF por uma funcionária. Ele também disse na nota que tentou vender o avião antigo da entidade, por US$ 6,15 milhões (cerca de R$ 30 milhões), mas a transação não foi concluída em razão do seu afastamento e que, assim, "não conseguiu formalizar os trâmites estatutários que autorizam a concretização da venda". Ele também defendeu a troca de aeronave, afirmando que substituiria um avião menor e com menor autonomia por um mais moderno.

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De acordo com uma nota divulgada por Caboclo, "o contrato foi aprovado e assinado pelos diretores jurídico da CBF, Luiz Felipe Santoro, e financeiro, Gilnei Botrel. Sem essas assinaturas o negócio jamais poderia ter sido fechado. Foi Gilnei Botrel que recomendou e realizou o pagamento imediato naquela data".

O QUE DIZ A CBF

A CBF respondeu dizendo que "a aquisição da aeronave foi um desejo particular do presidente afastado Rogério Caboclo, que negociou pessoalmente a aquisição e determinou o fechamento do negócio nos termos acordados por ele com o proprietário". A entidade informou também que a "assinatura de contratos e o pagamento ocorreram seguindo decisão da Presidência, não tendo havido por parte da Diretoria Financeira qualquer recomendação quanto à data".

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A nota enviada pela CBF alega ainda que "os documentos foram assinados pelos diretores das áreas envolvidas por não existir ilegalidade na operação e por haver disponibilidade de recursos em caixa, embora ambos tenham alertado ao presidente que não era o momento propício para efetivar o negócio". E finalizou informando que "a aeronave já foi negociada por preço igual ao de compra, não restando prejuízo financeiro à entidade".

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