Governo brasileiro felicita americano por vitória em eleição para presidência do BID

BRASÍLIA — Em nota conjunta, os ministérios da Economia e das Relações Exteriores parabenizaram o novo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Maurício Claver-Carone, eleito neste sábado. A ida de Claver-Carone para o cargo quebra uma tradição: em 60 anos, o BID foi sempre presidido por um latino-americano.

De acordo com o comunicado, a eleição de Claver-Carone, que tomará posse no próximo dia 1º de outubro, representa uma proposta de gestão "pragmática, transparente, eficiente e associada a valores comuns e fundamentais às Américas, como democracia, liberdade econômica, desenvolvimento sustentável e Estado de Direito". O americano foi apoiado por 30 países, entre os quais Brasil, Paraguai, Colômbia e Peru. Houve 16 abstenções.

Entenda:Quebrando tradição, candidato dos EUA é eleito presidente do BID, com apoio do Brasil

"Nesse espírito o Brasil acredita que o BID terá papel ainda maior para alavancar os recursos necessários para apoiar a recuperação econômica da região, principalmente por meio de investimentos do setor privado e em infraestrutura", diz um trecho da nota conjunta.

O governo brasileiro pretendia lançar uma candidatura própria, do banqueiro e economista Rodrigo Xavier, e contava com o apoio de Washington. O objetivo era se contrapor à candidatura argentina de Gabriel Beliz. Porém, os EUA decidiram entrar na disputa e não houve dificuldade para convencer o Brasil a se unir no projeto.

Entrevista: 'Não acreditamos que é possível fazer um acordo político com o MAS', diz segundo colocado nas pesquisas da Bolívia

Abstiveram-se de votar, em repúdio à eleição de um americano como presidente de um banco para impulsionar o desenvolvimento dos países da América Latina e do Caribe, os governos da Argentina, Chile, Peru, Nicarágua e México. Muitos países europeus também optaram por não votar nesta eleição.

A Argentina de Alberto Fernández tentou liderar uma campanha a favor do adiamento da eleição e estabelecimento de nova data, contando em um primeiro momento com o respaldo de países como México, Chile e Costa Rica. Para conseguir a prorrogação formal era necessário o respaldo de mais de 50% do capital votante, meta impossível de alcançar. Outra opção era não dar quórum e para isso são necessários mais de 25% do capital votante, percentual que tampouco foi alcançado. Sem chances de vitória, a Casa Rosada desistiu de apresentar um candidato próprio.

Enregistrer un commentaire

0 Commentaires